Maragojipe: sete pessoas são ouvidas e confrontadas sobre mortes misteriosas

Delegado convocou parentes e conhecidos das três vítimas; família acusa mulher

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  • Fernanda Santana

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 16:13

- Atualizado há um ano

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Adriane com as filhas Ruteh e Greisse: morreram em três segundas-feiras consecutivas (Foto: Reprodução) O caso das mortes de mãe e duas filhas, em Maragojipe, Recôncavo baiano, entre os dias 30 de julho e 13 de agosto, passou por uma nova fase da investigação nesta quinta-feira (20). Sete pessoas foram ouvidas pelo delegado Marcos Veloso, titular da delegacia local, numa acareação. No processo, os convocados são convidados a contar, juntos, suas versões sobre os acontecimentos. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (21) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA).

As pessoas ouvidas são parentes e conhecidos de Adryane Ribeiro Santos, 23 anos, e das filhas Greisse Santos da Conceição, 5 anos, e Ruteh Santos da Conceição, 2.

De acordo com a SSP-BA, não há, até o momento, ninguém considerado suspeito pelas mortes, apesar de alguns considerarem uma mulher como possível mentora e autora das mortes (saiba mais abaixo).

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A SSP-BA informou que as sete pessoas foram ouvidas e liberadas pelo delegado - que no início do mês afirmou que a investigação já estava quase concluída e que mais de 20 pessoas foram ouvidas sobre o caso. 

No dia 17 de agosto, já havia sido solicitada a exumação do corpo de Greisse. No entanto, o resultado não foi definido e não existe previsão de finalização.

As mortes chamaram a atenção, principalmente, por terem ocorrido em situações ainda não esclarecidas em três segundas-feiras seguidas. Primeiro faleceu Greisse, no dia 30 de julho, depois Ruteh, no dia 6 de agosto, e por último, Adryane, no dia 13 de agosto.

Suspeição Apesar de, oficialmente, não haver suspeitos do crime, a família afirma que uma antiga amiga de Adryane e do esposo, Jeferson Eduardo Brandão, 29, envenenou mãe e duas filhas. Um familiar, sob anonimato, explicou o porquê das suspeitas, em entrevistas ao CORREIO. 

A relação da mulher citada pela família começou em cultos numa igreja evangélica da cidade. Ela, inclusive, chegou a custear o último aniversário de Greisse, ainda de acordo com a família. Mas Adryane, aos poucos, começou a querer se afastar da mulher: não gostava de alguns comentários da nova amiga, principalmente por conta de comportamentos considerados invasivos. “Ela [Adryane] disse que não queria mais ela [como amiga], não. Teve até uma conversa em que a mulher disse: se Buí [como era chamada Adryane] não abrir o olho, eu tiro ela de Jeferson”, comentou a fonte.No processo de acareação, Jeferson, que também é pai das meninas, foi ouvido.

O médico Sávilo Santana, que chegou a atender Ruteh e Adryane, voltou a falar à reportagem, nesta quinta, que acredita numa morte por envenenamento.

À época, ele disse que mãe e filha apresentavam quadros similares: bastante secreção e saliva, muito suor e extremidade frias. 

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier