Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Eduardo Athayde
Publicado em 2 de junho de 2019 às 18:17
- Atualizado há 2 anos
O Fórum Econômico Mundial, de Davos, vem alertando o mundo para importância da exploração sustentável dos oceanos por razões ambientais, econômicas e de segurança alimentar, alinhado com a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar (UNCLOS). Globalmente, mais de 100 milhões de famílias são dependentes da indústria pesqueira e 3 bilhões de pessoas são diretamente dependentes de frutos do mar como sua principal fonte de proteína.>
Despertando a sociedade brasileira para a importância da sua rica Zona Econômica Exclusiva (ZEE), território marítimo com 5,7 milhões de Km2, a Marinha batizou a área de "Amazônia Azul". Lá estão as reservas do pré-sal e são produzidos 85% do petróleo, 75% do gás natural, 45% do pescado do país, além recursos minerais e uma rica biodiversidade, inexplorados. Por essas rotas marítimas ainda escoam 95% do comércio exterior brasileiro. [bit.do/amazonia_azul]. O período de 2021 a 2030 foi declarado pela Unesco como a década da Ciência nos Oceanos. “As regiões costeiras são lar de 214 milhões de europeus e geram 43% do PIB da União Europeia”, disse Karmenu Vella, Comissária para assuntos marítimos da União Europeia. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta uma aceleração acentuada da atividade econômica no mar até 2030, atingindo cerca de US$3 trilhões com geração de novas rendas e mais de 40 milhões de empregos.>
Dos 7.367 km de extensão da costa brasileira, 3.206 km estão no Nordeste ao longo de 224 municípios costeiros, com 51.5 milhões de habitantes. Apresentado recentemente pela Sudene, o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste [PRDNE - sudene.gov.br/prdne], aposta no fortalecimento de municípios-polos.>
Como cerca de 43% da Amazônia Azul circundam o Nordeste e o PRDNE foca nos eixos estratégicos intercalados com a “Blue Economy”: Inovação; Desenvolvimento de Capacidades Humanas; Dinamização e Diversificação Produtiva; Segurança Hídrica e Conservação Ambiental; Desenvolvimento Social; e Desenvolvimento Institucional – a Sudene pode adotar, entre as suas atribuições, a articulação e o fomento a economia do mar.>
Atendendo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU, [ODS 14 – vida na água], onde o Brasil figura entre os signatários, a Sudene, em parceria com as áreas de ciência, tecnologia e inovação da Comissão Europeia e OCDE, pode avançar, abraçando o blockchain para incluir o Nordeste no mundo da inovação da economia azul.>
Há interesse manifesto da União Europeia em cooperar com a Sudene, especialmente no desenvolvimento economia azul que será palco do Fórum Econômico de Davos 2020, onde centros de pesquisas, investidores internacionais e ecossistemas de startups, estarão ávidos para conhecer a Amazônia Azul.>
Instituições estão se movendo. Enquanto o Senai Cimatec, ligado a Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB, atento, lançou o Cimatec Mar e firmou acordo de cooperação científica e tecnológica com a Marinha voltado para o desenvolvimento de tecnologias relacionadas às atividades industriais e turísticas marítimas; o Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia – IGEO, organiza o Fórum Internacional de Economia do Mar.>
A Amazônia Azul, cada dia mais reconhecida, já tem sede e dia nacional e em breve figurará nos mapas google atraindo atenções globais pela sua dimensão e importância. O dia 16 de novembro foi escolhido (Lei 13.187/2015), em homenagem à data em que entrou em vigor a UNCLOS, base legal internacional para a delimitação das ZEE.>
“A Amazônia Azul é um patrimônio incalculável, onde a ciência, a tecnologia, o desenvolvimento, a preservação ambiental e a defesa são preponderantes”, destacou o Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, Comandante da Marinha.>
O Banco Mundial, financiador da economia azul, lançou o Projeto Think Blue [Pense Azul - bit.do/thinkblue] dia 8 de junho de 2018, Dia Internacional dos Oceanos, em Salvador, nas margens da Baia de Todos os Santos que, por ser ponto central da costa nacional, maior baia do Brasil e berço da civilização brasileira, foi declarada como Sede da Amazônia Azul [bit.do/SedeAAzul]. >