Marta entra para a história e coloca o Brasil nas oitavas da Copa

Camisa 10 marcou o seu 17º gol em Copas no triunfo sobre a Itália; Brasil enfrenta França ou Alemanha na próxima fase

  • Foto do(a) author(a) Vinicius Nascimento
  • Vinicius Nascimento

Publicado em 18 de junho de 2019 às 17:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Philippe Huguen/AFP

Antes mesmo de começar o jogo contra a Itália, as coisas pareciam não dar certo para a seleção brasileira feminina de futebol: no começo da manhã desta terça-feira (18) foi confirmada a notícia de que Andressa Alves, uma das melhores jogadoras do Brasil no Mundial, sofreu uma lesão na coxa esquerda e está fora da competição. 

A informação chegara às vésperas de um jogo decisivo: o Brasil precisava tirar pontos da equipe italiana, que até então estava com 100% de aproveitamento. Aos trancos e barrancos, o Brasil conseguiu vencer e se classificou no terceiro lugar do Grupo C: principalmente devido a um bom segundo tempo, a canarinho garantiu o resultado por 1x0 graças ao gol histórico de pênalti marcado por Marta, que passou o alemão Miroslav Klose e se tornou a maior goleadora da Copa do Mundo.

Ludmila foi a escolhida para substituir Andressa Alves. A jogadora do Atlético de Madrid tem como ponto forte a velocidade: até os 16 anos ela fazia atletismo, esporte que abandonou para se dedicar ao futebol. O Brasil também estava desfalcado de Formiga, suspensa, que deu lugar a Andressinha na ‘volância’ junto a Thaisa. Marta divide a bola com Elisa Bartoli na primeira etapa (Foto: Philippe Huguen/AFP) O Brasil até começou melhor: o primeiro lance de perigo veio com Debinha, que desviou de calcanhar um escanteio cobrado no primeiro pau, colocando a goleira Laura Giuliani para fazer uma defesaça. A arqueira da Juventus ainda fez outra boa intervenção quando Marta tentou surpreender e bateu escanteio direto pro gol. Quase fez olímpico.

A partir da metade do primeiro tempo a Itália cresceu. Aos 35 minutos, Cristiana Girelli recebeu casquinha na grande área e colocou Leticia Santos para chutar o vento antes de colocar a bola no fundo das redes. O alívio brasileiro veio após se constatar que a auxiliar marcou impedimento, confirmado pela árbitra mexicana Lucila Venegas Montes.

O Brasil dava muito espaço, principalmente pelo lado direito da defesa. Mônica chegou a trocar de posição com Kathellen para se impor com sua experiência e auxiliar Leticia no setor. Marta também recuou para cobrir o buraco deixado naquele lado. O que fez a Itália? Insistiu: Bonasea recebeu cruzamento e, sozinha, tentou finalizar no contrapé de Bárbara, que fez uma ótima defesa.  

Segundo tempo

A Itália até voltou melhor para a segunda etapa, mas a melhor chance do comecinho foi brasileira. Debinha recebeu passe na meia-lua e cavou uma falta perigosíssima. Andressinha foi para a cobrança e só uma vontade cruel das deusas do futebol explica aquela bola bater na trave. Àquela altura, o Brasil se classificava em terceiro lugar, já que a Austrália já estava vencendo a Jamaica por 2x1, em Grenoble.

A bola parada de Andressinha seguiu perigosa. Passados cinco minutos da caprichosa bola no travessão, a volante cobrou na área e Kathellen cabeceou com muito perigo. A bola saiu tirando tinta da trave direita de Giuliani.

O crescimento de Andressinha carecia de apoio. Marta pareceu sentir a parte física e não vivia uma tarde inspirada. Cristiane, pouco municiada, tentou se afastar um pouco da área para armar jogadas e apostar na velocidade de Ludmila, outra que, apesar do esforço, não fazia um bom jogo. 

Debinha era outra que buscava o jogo. Primeiro ela pegou mascado um lindo passe de Marta, que tocou por cima da marcação italiana. Depois ela partiu para a jogada individual e foi derrubada dentro da área. Lance polêmico, mas o que vale é a marcação da árbitra, que deu o pênalti.  Debinha sofreu pênalti que originou o gol do Brasil no jogo (Foto: Philippe Huguen/AFP) Marta foi para a bola e para a história: bateu seco, com o peito do pé esquerdo e marcou o seu 17º gol em Copas do Mundo, se tornando a maior artilheira do Mundial. O Brasil tomou a frente e não saiu mais. O resultado não foi suficiente para passar as italianas na tabela. A seleção ficou com os mesmos seis pontos da Azzurra e da Austrália, mas conseguiu se classificar como uma das melhores terceiras colocadas.

Agora, a equipe aguarda as definições dos outros grupos para saber se enfrenta a França ou Alemanha. Se enfrentar a Alemanha, o jogo acontece no próximo sábado (22), em Grenoble, no mesmo Stade des Alpes da estreia contra a Jamaica. Caso pegue as donas da casa, o jogo será no próximo domingo (23), em Le Havre. 

*supervisão do subeditor Miro Palma