Médica acusada de matar pacientes em UTI de hospital de Curitiba é inocentada

Virgínia Soares de Souza foi acusada em 2013 de antecipar a morte de pacientes para liberar leitos no Hospital Evangélico, em Curitiba

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  • Da Redação

Publicado em 21 de abril de 2017 às 13:53

- Atualizado há um ano

A médica Virgínia Soares de Souza e mais sete pessoas, que em 2013 foram acusadas de antecipar a morte de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, em Curitiba, foram absolvidos por decisão do juiz Daniel Surdi Avellar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba. A decisão ocorreu no início da noite desta quinta-feira (20).

A Justiça considerou que faltaram provas suficientes que a condenassem. "Uma decisão de pronúncia que se repute minimamente democrática jamais poderia se amparar em afirmações genéricas no sentido de que 'ocorriam antecipações' de óbito na UTI do Hospital Evangélico", disse o juiz na decisão. Médica acusada de matar pacientes em UTI de hospital de Curitiba é inocentada (Foto: Reprodução/RPC)Virgínia e outros profissionais que atuavam na UTI na época das mortes passariam por um júri popular, o que não chegou a ser marcado. A médica também ganhou uma ação de R$ 4 milhões contra o Hospital Evangélico.

O caso ocorreu em 2013, quando Virgínia e os outros profissionais foram acusados de causar a a antecipação da morte de oito pacientes com o objetivo de liberar leitos na unidade do hospital. Conforme a denúncia, na época, técnicas médicas teriam sidos usadas para que os internados viesse a óbito. Eles foram condenados pelo Ministério Público de terem praticado homicídios dolosos duplamente qualificados, além de formação de quadrilha.

De acordo com informações divulgadas, o advogado de Virgínia, Elias Mattar Assad, disse que a sua cliente havia sido acusada, presa e linchada moralmente de forma injusta. "Ficou provado que a médica apenas praticou atos com justificativas em literaturas médicas e objetivos de salvar vidas de pacientes críticos", afirmou. Conforme a nota, Virgínia foi "demonizada nos meios de comunicação". O Ministério Público do Paraná vai recorrer da decisão de Avellar.