Médico suspeito de estuprar adolescente de 13 anos tem prisão convertida para preventiva

Acusado passou por audiência de custódia nesta sexta-feira (20)

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  • Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2022 às 18:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

O médico de 38 anos, identificado como Everton de Jesus Rodrigues, preso em flagrante por suspeita de estuprar uma adolescente de 13 anos em Salvador, teve a prisão convertida para preventiva após a audiência de custódia ocorrida nesta sexta-feira (20).

Segundo o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o auto de prisão em flagrante vai tramitar na 2ª Vara da Criança e Adolescente. Além disso, em cumprimento ao disposto na Resolução 121 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) , o processo está tramitando em segredo de justiça e as informações não podem ser disponibilizadas, pois visa manter o sigilo dos dados.

Segundo o documento da decisão do TJ-BA, ao qual o CORREIO teve acesso, a Justiça converteu a prisão preventiva da jovem de 18 anos, identificada como Lorena de Almeida Silva,  em domiciliar. A mulher, responsável por levar a adolescente de 13 anos ao encontro do médico, terá que usar tornozeleira eletrônica.

O caso

Um médico de 38 anos foi preso em flagrante por estupro de vulnerável, na noite de quarta-feira (18), na Avenida Lucaia, em Salvador. Ele estava sem roupas dentro de um carro, junto com um adolescente de 13 anos. 

O flagrante aconteceu durante ações da Operação Visão, realizada por policiais da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV). “Nossos policiais estavam em rondas no combate aos roubos de veículos na capital, quando foram surpreendidos por um alarme de uma loja disparando. Ao entrar no estacionamento, identificamos um carro com uma movimentação estranha. O médico e a menor estavam sem roupas, na presença de uma mulher, de 18 anos”, explicou o titular da DRFRV, delegado Maurício Moradillo.

Segundo a polícia, a mulher foi responsável por levar a menina para os atos sexuais. Conduzido para a DRFRV, o homem foi preso em flagrante por estupro de vulnerável. Já a mulher, foi encaminhada para a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Derrca), sendo autuada em por corrupção de menor. A vítima também foi conduzida à unidade, para acolhimento psicossocial.

Cajazeiras 

Ainda nesta sexta-feira (20), um treinador de futebol, identificado como Nildivanio Ferreira Leite, preso acusado de abusar de jovens que eram atendidos no projeto social que ele comandava, também passou por audiência de custódia e seguirá preso. 

Segundo o TJ-BA, o treinador também possui outro mandado de prisão temporária pela 2ª Vara relativos a crimes contra criança e adolescente, e também um mandado de busca e apreensão, o que fez com que ele fosse preso em flagrante quando a polícia encontrou vídeos com teor pornográfico de crianças e adolescentes em computadores do acusado. 

O treinador foi preso em Cajazeiras na quinta-feira (19). A investigação começou há dois meses e o homem atuava há dez anos como treinador, sem licença. A polícia identificou 11 vítimas, mas acredita que existem mais.

A titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Crianças e o Adolescente (Dercca), Simone Moutinho, contou que foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede da instituição e na casa do treinador. Os investigadores encontraram, inclusive, vídeos com alguns jovens atendidos pelo projeto, e apreenderam computadores, celulares e documentos. No alojamento dos jogadores foram localizados mais documentos, preservativos e lubrificantes sexuais.

“Conseguimos tomar o depoimento de 11 vítimas, mas esse é um projeto que já dura dez anos e tem muitas crianças envolvidas. A partir das oitivas e de tudo que apreendemos temos a dimensão de que existem mais vítimas. Ele ameaçava os jovens, e os pais e responsáveis não tinham conhecimento, estavam investindo no sonho dos filhos”, afirmou. O treinador segue preso por tempo indeterminado. 

A Operação Flor Lótus, como foi batizada, surgiu de uma denúncia crime do Ministério Público da Bahia, foi deflagrada pela Dercca e a prisão e as apreensões foram realizadas pela Coordenação de Operações Policiais (COP), do Departamento de Polícia Metropolitana (DEPOM).