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Publicado em 20 de setembro de 2018 às 09:06
- Atualizado há um ano
Pode não parecer, mas o Bahia entra em campo contra o Botafogo, hoje, para uma missão grandiosa pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana. Faz 29 anos que o clube não passa desta fase em qualquer competição internacional.
A última vez foi em abril de 1989, quando o tricolor parou nas quartas de final da Libertadores da América para o mesmo Internacional que, apenas dois meses antes, havia sido a vítima final na conquista da segunda estrela.
Convém notar a quantidade de tempo passado desde então. Vinte e nove anos, meu amigo, equivalem a uma geração. E é exatamente por isso que a Copa Sul-Americana agora pode representar tanto: porque há uma geração que não viu o mesmo Bahia de seus pais e avós.
O Bahia que “nasceu para vencer” passou as décadas de 1990 e 2000 inteirinhas sem disputar uma competição internacional oficial. Voltou a jogar em 2012, não mais na Libertadores, porém na Sul-Americana, o torneio do segundo escalão continental que a cada ano se torna mais valorizado pelas equipes de médio e também de grande porte.
No entanto, mesmo presente no campeonato por quatro anos seguidos, de 2012 a 2015, o Bahia nunca conseguiu levar a Sula totalmente a sério. O aperto do calendário e a limitação física e técnica do elenco eram as justificativas para priorizar o Brasileiro e jogar a Sul-Americana sem pretensão. E nessa toada, o clube nunca superou a contradição de comemorar a classificação para o torneio continental quando obtinha e deixá-lo como segundo plano quando chegava a hora de entrar em campo.
Pois agora, 29 anos depois, passar pelo Botafogo, após os jogos de hoje e do dia 3 de outubro, significa recolocar o clube e sua torcida novamente no cenário ideal, mas que pode ser real. O cenário fazer campanhas consistentes, de mirar títulos, de enxergar que o clube pode desejar além da Copa do Nordeste e se posicionar como tal.
Se os maiores times do Brasil cobiçam a Libertadores, por que os de patamar médio, onde está situado o Bahia, não podem querer a Sul-Americana? É uma postura que só se tornará hábito se for repetida ao longo de anos, e não apenas em 2018. Mas é preciso começar em algum momento. Por que não hoje?
É senso comum pensar que se um time nordestino jogar à vera na Copa Sul-Americana vai acabar sendo rebaixado ou lutando contra o rebaixamento no Brasileirão. Talvez seja verdade, mas é falso pensar que o oposto é a solução. Afinal, lutar contra o rebaixamento já não é a realidade dos clubes do Nordeste ano após ano, com raras exceções como o Vitória de 2013 e o Bahia da reta final de 2017? Melhor morrer tentando do que sequer tentar. O futebol não faz sentido sem ambição.
Histórico É do Sport a melhor campanha de um time nordestino na Sul-Americana. O time pernambucano chegou às quartas de final na edição do ano passado, quando brigou para não cair até a última rodada no Campeonato Brasileiro. Este ano, não está na Sula e novamente briga para não ser rebaixado. O problema do Sport não foi ter levado a sério o torneio continental. Foi ter gastado além das suas possibilidades financeiras. Agora a conta chegou.