Mineração deve puxar o próximo salto de desenvolvimento do estado

União para fazer acontecer: Empresas e governos estão integrados para estimular a expansão do setor

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  • Priscila Natividade

Publicado em 21 de agosto de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

O setor produtivo e os governos  estadual e federal estão afinados para ver a produção de minérios alavancar a economia baiana nos próximos anos. A conjuntura favorável ao crescimento que pode vir das reservas minerais locais  foi o tema das discussões do I Fórum Internacional de Sustentabilidade na Mineração, que aconteceu no auditório da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), no dia 14 de agosto. 

Promovido pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e a Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), com o apoio do CORREIO, o encontro traçou diretrizes e apontou oportunidades para o setor que deve responder pelo próximo salto de desenvolvimento econômico da Bahia. “A mineração é tão importante quanto o setor das energias renováveis e de celulose. Se nós conseguirmos inovar na capacidade de agir juntos, isso vai fazer uma diferença enorme na economia”, destaca o presidente da Fieb, Antônio Ricardo Alban. 

E o potencial é mesmo grande. Nos mais de 567 mil quilômetros de área do subsolo baiano existem 45 substâncias minerais com potencial comercial já identificadas. O estado ocupa, atualmente, a quarta posição de maior produtor de minérios do país e responde por cerca de 2 % do seu Produto Interno Bruto (PIB). A melhoria no sistema logístico, com a implementação de projetos como a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) e do Porto Sul, deve elevar a Bahia Ao terceiro lugar neste ranking. 

Com relação à geração de empregos, a atividade é geradora de mais de 30 mil postos de trabalho formais e informais, conforme levantamento da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad). São, atualmente, 574 empresas em atividade. 

Segundo o presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm, as possibilidades se estendem não só à descoberta, extração e exportação, mas também à criação de uma cadeia produtiva que possa industrializar e gerar valor agregado a estes minérios. “A Bahia tem uma grande parte do seu território no semiárido,  justamente onde se encontram os depósitos de mineração. Cada jazida que você descobre, cada empresa que você implanta, está gerando emprego. E a mineração representa essa grande possibilidade de geração de renda e mais desenvolvimento econômico”.

Perspectivas

A maior parte da produção do estado está em minérios como ouro, diamante, cobre, níquel, cromo, juntamente com produtos utilizados na construção civil e as rochas ornamentais. O estado tem ainda a única mina de vanádio das Américas, um mineral raro que torna a produção do aço mais sustentável.  

A Bahia está, portanto, em uma posição estratégica para atrair novos investimentos, como destaca o secretário de mineração do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Vidigal. “O estado tem algumas situações muito privilegiadas. Tem commodites minerais muito específicas e estratégicas para o país e para o mundo. O que nós precisamos avançar muito ainda é quase que um retrato do que é o cenário nacional. Estamos falando da questão da pesquisa geológica. É avançar em novas fronteiras, descobrir novas jazidas. Aí entra a inovação para promover este avanço exponencial”.

Para o diretor geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Victor Bicca, o caminho está no diálogo diante dos  grandes projetos em construção. Entre eles, o da  Bahia Mineração (Bamin), que pretende produzir até 20 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, no município de Caetité. 

“Para enxergar, a gente tem que pesquisar. E o estado da Bahia é o estado brasileiro onde tem o maior conhecimento geológico já gerado. Quanto mais se conhece, mais se descobre. Quase que mensalmente nós estamos tendo novas descobertas aqui na Bahia, e a diversidade de bens minerais produzidos, tanto metálicos, quanto não metálicos”, pontua Bicca. 

O chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Bruno Dauster, é mais um que argumenta a  favor da integração do setor: “Existe uma possibilidade efetiva de ampliar e fazer uma exploração econômica, moderna, industrial e sustentável. Se não investirmos nisso juntos, não teremos condições de desenvolver o nosso estado”.  

O I Fórum Internacional de Sustentabilidade na Mineração é uma iniciativa da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e da Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), com o apoio do CORREIO, que tem como patrocinadores a Companhia Vale do Paramirim, Bahia Mineração (Bamin), Sindicato das Indústrias Extrativas de Minerais (Sindimiba) e a Vanádio de Maracás S/A.