Mistério de submarino que desapareceu na Argentina completa 1 ano

Alguns familiares ainda alimentam esperanças de tripulantes estarem vivos

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  • Da Redação

Publicado em 15 de novembro de 2018 às 08:21

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: AFP

Completou um ano o desaparecimento de um submarino argentino no Atlântico sul, com 44 tripulantes. Até agora, apesar de uma extensa busca que contou com 13 países, não foi encontrado sinal da embarcação. 

"Somos famílias destruídas. Não podemos ir para nossas casas. Vamos todos os dias à base, de manhã e de tarde. Nossa luta é justa. Precisamos ver o corpo dos nossos filhos, tê-los como for. Pedimos que os resgatem", diz à AFP Yolanda Mendiola, mãe de um cabo desaparecido, que visita todo dia a base naval de Mar del Plata em busca de notícias.

O submarino ARA San Juan navegava pelo Golfo de San Jorge, a 450 km da costa, quando perdeu contato. Ele deixara Ushuaia, no extremo-sul da Argentina, para retornar a Mar del Plata. Quarenta e oito horas depois, a busca se iniciou, sem sucesso até agora.

Quinze dias depois do sumiço, a Marinha já deixou de buscar sobreviventes e passou a se concentrar em tentar entender o que aconteceu com o submarino. As buscas mobilizaram gastos que passam de 25 milhões de dólares. 

As famílias acusam o governo Macri de abandonar o acompanhamento do caso. Parentes dos desaparecidos passaram 52 dias acampados na Praça de Maio, em frente à sede da presidência, em Buenos Aires - pressão que levou à contratação de uma empresa americana para retomar o rastreamento. 

A embarcação de busca zarpou em setembro deste ano, levando quatro familiares dos sumidos. Não houve resultado e a operação foi suspensa essa semana, até fevereiro. A juíza Martha Yáñez determinou que antes do retorno à terra, a embarcação deve ir a uma zona em que um navio rastreador captou ruídos que seriam similares a pancadas de um casco. 

Apesar da falta de sinais, alguns parentes ainda têm esperanças que os tripulantes estejam vivos e salvos em algum lugar. "Seria um milagre imenso se por ali aparecesse o submarino e os víssemos voltar, porque a verdade é que ninguém sabe o que aconteceu", diz Zulma Sandoval, 56, mãe de um desaparecido. 

A hipótese mais aceitada para o que aconteceu com o submarino é de que houve uma explosão e ele sofreu severas avarias, se perdendo no mar. Três horas depois da última comunicação com o submarino, quando o capitão reportou que havia acontecido uma falha nas baterias por conta da entrada de água - segundo ele, superada -, uma explosão submarina foi registrada.

O submarino era um dos três da Argentina.