Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Morre em Salvador, aos 81 anos, Maninho de Logun Edé: 'Memória do candomblé'

Ele fazia parte do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e era irmão de santo de Mãe Stella

  • D
  • Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2022 às 09:11

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Leonil Junior

O ogan Manoel Silva de Souza, conhecido como Maninho de Logun Edé, morreu no sábado (3), em Salvador. Ele tinha 81 anos e sofria há alguns anos com um cancer colorretal. Ele fazia parte do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, de Mãe Stella de Oxóssi.

O babalorixá Logunwa, do terreiro Ilé Àṣẹ Ayinla Òpó, de Joanópolis (SP), contou que Maninho acompanhou sua trajetória no candomblé desde o início e tinha papel importante para a religião. "Embora não tenha sido nenhum pai de santo famoso, ele foi uma pessoa de destaque que na base da pirâmide acolheu aquelas pessoas que procuravam a respeito do candomblé", diz. "Manteve a base, a sustenção de toda essa cultura". 

Ele destaca também o papel de memória histórica de Maninho. "Antes de Mãe Stella ser a ialorixá do Axé Opô Afonjá, era a Mãe Senhora, que foi muito importante na Bahia e teve contato com figuras importantes, como Dorival Caymmi, Pierre Verger, Jorge Amado, Carybé... Todas essas pessoas se aproximaram do candomblé através de Mãe Senhora. E Maninho de Logun Edé foi o último filho de Mãe Senhora, o último que estava vivo até hoje, o mais recente baluarte da memória de Mãe Senhora", diz Logunwa, destacando que Maninho convivia com todas as pessoas citadas.

Maninho foi escolhido para ser Ogan após mais de 50 anos de iniciado, sendo confirmado em 2015 justamente pelas mãos da amiga e irmã de santo Mãe Stella.  (Foto: Leonil Junior) "Aqui em Joanápolis, Maninho era respeitado como pai. Pai Maninho. Ele reuniu grande número de simpatizantes, filhos, que o tinham como muito afeto. Além de ser uma pessoa carismática, carinhosa, um artista plástico, porque era um grande artesão, transmitiu seu conhecimento para muitas pessoas", acrescenta o amigo. "Ele tinha uma memória histórica muito rica sobre o candomblé, sobre a vivência dele nos anos 1960, 1970, a convivência com os grandes artistas, pesquisadores", ressalta.

Maninho mantinha uma loja no Mercado Modelo, no Comércio, e era muito querido e conhecido na região.

O corpo do religioso foi sepultado em Alagoinhas, terra de sua família. Uma cerimônia de axexé para celebrar a vida dele acontece hoje no final da tarde no Ilê Axé Opô Afonjá.