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Bruno Wendel
Publicado em 2 de dezembro de 2021 às 15:25
- Atualizado há 2 anos
O assassinato do adolescente Rômulo Ribeiro da Silva, 13 anos, retirado da residência por encapuzados no bairro de Valéria, estaria relacionado à execução de um traficante ocorrida no último sábado no mesmo local, na Rua Santa Rita, localidade da Bolachinha, onde o domínio é da facção Katiara. Ele foi morto em frente à casa de um ex-vizinho conhecido como China, que deixou a Katiara para se aliar ao Bonde do Maluco (BDM).>
Apesar de relatarem que Rômulo não teria envolvimento com a criminalidade, os moradores acreditam que o adolescente foi morto por vingança, devido à aproximação dele com o traficante. "Quando morava na Bolachinha, China era vizinho de porta de Rômulo. Não eram de andar juntos, mas vez e outra eram vistos conversando. Há tempos China deixou a Bolachinha e foi morar em um conjunto residencial perto do Derba. Quando a Katiara foi expulsa de lá, ele se juntou com o BDM e por isso estava proibido de ir à Bolachinha, onde tinha parentes", contou um morador da região. >
No último sábado, China, que residia no Conjunto Engenheiro Antônio Francisco, conversava com amigos na Rua Santa Rita, quando um grupo de encapuzados o cercou e o matou. "Na ação, um deles deixou o capuz cair e foi identificado como um dos integrantes era da Katiara", contou o morador. Ainda de acordo com moradores, na noite desta quarta-feira (01), encapuzados ligados ao BDM invadiram a casa de Rômulo e o executaram. "Não sabemos se de fato ele tinha algum envolvimento, mas todo mundo fala que foi vingança", disse outro morador. >
Eles relataram ainda que o adolescente estudava na Escola Estadual Nossa senhora de Fátima e ainda trabalhava com o pai. "A gente via ele subir e descer com a farda azul segurando o caderno. Quando não estava estudando, ele estava ajudando o pai no trabalho com materiais recicláveis ou ganhando um trocado carregando compras. A morte dele para todos nós foi uma terrível surpresa", lamentou outra moradora. >
Sobre o fato de o caso está relacionado a uma vingança, capitão Osniesio Salomão, da 31ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Valéria), disse não acreditar nesta versão. "Não é uma questão de resposta. Eles buscam o tempo todo ocupar o espaço do outro e acabam pegando aqueles que estão de bobeira. Esses grupos estão localizando os rivais e indo atrás deles quando a polícia não pode estar perto. No entanto, estamos com o policiamento reforçado em toda a região", declarou o capitão.>