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Da Redação
Publicado em 13 de março de 2022 às 09:12
- Atualizado há 2 anos
A morte da cantora Paulinha Abelha pode terminar em processos sérios para os profissionais que receitaram remédios que provocam emagrecimento. Alguns deles podem, inclusive, responder por homicídio e estelionato.>
O laudo da morte da vocalista da banda Calcinha Preta comprova que ela tinha fígado e rins sobrecarregados por conta do uso excessivo de substâncias como anfetaminas e barbitúricos, usadas para a redução de peso.>
De acordo com as informações do Diário do Nordeste, os profissionais que receitaram medicamentos à cantora serão investigados. Caso seja comprovado que a cantora morreu por conta do consumo desses remédios, eles poderiam ser condenados por homicídio, com punição que varia de 6 a 20 anos, mesmo que não tenha tido a intenção de matar. Caso o juiz considere que o crime foi culposo, alegando negligência, imprudência ou imperícia, a pena cai para um a três anos.>
Além disso, os responsáveis por receitar medicamentos podem ser condenados por estelionato se a Justiça julgar que a prescrição das substâncias foi feita para obter uma vantagem ilícita. Os profissionais poderão passar também por julgamentos de acordo com os códigos de ética de cada profissão.>
Paulinha Abelha morreu no dia 23 de fevereiro, após ficar 12 dias internada. A artista estava em coma profundo e teve morte cerebral.>
17 substâncias para emagrecer De acordo com uma reportagem do Domingo Espetacular, um exame realizado após a morte da artista indicou uma necrose que poderia corresponder a uma “injúria hepática induzida por medicamentos”. Foi encontrada uma receita médica, fornecida pela própria nutróloga da artista, indicava 17 substâncias que, combinadas, poderiam ter sobrecarregado o funcionamento do seu fígado.>
Entre as substâncias estão um antidepressivo, um redutor de apetite, um suplemento alimentar, um regulador do sono , um estimulante, calmantes naturais, uma cápsula para memória e concentração e uma fórmula que promete inibir o apetite e reduzir medidas. Um de seus componentes é a erva asiática Garcinia Gambogia, que é potencialmente hepatóxica e pode levar a uma hepatite fulminante.>
Após a repercussão da morte da artista, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inclusive chegou a divulgar 140 substâncias proibidas, algumas delas vendidas na internet livremente.>