Mourão não participa de reunião convocada por Bolsonaro: ‘não fui convidado’

Para vice, que estava em encontros ministeriais anteriores, presidente julgou sua presença 'desnecessária'

Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 16:01

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Marcelo Camargo/ABr

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, não foi convidado para a reunião ministerial convocada por Jair Bolsonaro nesta terça-feira (9). Esse tipo de encontro, do qual Mourão já chegou a participar sentado ao lado do presidente, conta hoje com a presença de 22 dos 23 ministros. A reunião não estava na agenda oficial do presidente pela manhã.

"Não, não fui convidado, não fui chamado. Então acredito que o presidente julgou que era desnecessária a minha presença. Só isso", afirmou Mourão a jornalistas em Brasília.

Questionado se a situação o deixou desconfortável, Mourão negou. "Não, não estou incomodado, não", respondeu.

Bolsonaro tem trabalhado em temas fundamentais para o seu governo como o auxílio emergencial, priorizando a busca de opções para viabilizar uma nova rodada do benefício. Também está na pauta uma solução para o preço dos combustíveis, reivindicação direta dos caminhoneiros. 

Os atritos entre o presidente e o vice se intensificaram no fim do mês passado, quando Mourão abordou publicamente o desempenho do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. 

Bolsonaro se irritou, negou a intenção de demiti-lo e se referiu ao general da reserva do Exército de "palpiteiro".

Mas o episódio que estremeceu ainda mais a relação entre dois ocorreu após o site Antagonista ter publicado que o chefe da assessoria parlamentar de Mourão enviou mensagens ao gabinete de um deputado federal falando sobre as articulações em curso no Congresso para um eventual impeachment de Bolsonaro.

O vice, assim que teve conhecimento da notícia, afirmou que o assessor agiu por conta própria e por isso seria demitido.

Para colocar panos quentes na situação, Mourão fez um agrado ao chefe do Executivo, ao escrever, nas redes sociais, em 1º de fevereiro, que não há motivos para a aceitação do impeachment do presidente. Com informações são do portal R7.