MP denuncia policiais por abuso contra cliente agredido na Caixa

Militares deram 'mata-leão' no empresário Crispim Terral na frente da filha de 15 anos

Publicado em 9 de novembro de 2019 às 10:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: Marina Silva/CORREIO)

O Ministério Público estadual decidiu denunciar quatro policiais militares por abuso de autoridade e constrangimento ilegal cometidos contra o empresário Crispim Terral de Souza, numa agência da Caixa Econômica Federal, no mês de fevereiro deste ano, em Salvador. A denúncia do promotor de Justiça Maurício Cerqueira Lima foi oferecida no último dia 5 de novembro. No mês passado, o MP já havia denunciado o gerente-geral da agência da Caixa, João Paulo Vieira Barreto, que foi afastado de suas funções no banco.  

A nova denúncia é contra os militares Paulo Guedes Clementino, Reinaldo Rodrigues Oliveira, Roque da Silva e Rafael Valverde Nolasco. 

No dia 19 de fevereiro deste ano, Crispim foi à agência da Caixa, na Avenida Sete de Setembro, no Relógio de São Pedro, para solucionar questões financeiras pessoais. De acordo com a denúncia, durante o atendimento “houve desavenças” e Crispim, que não teve sua demanda atendida, não saiu da agência, mesmo após o fim do expediente, o que levou o gerente a convocar o 18º Batalhão e uma guarnição da PM.

Como Crispim não aceitava deixar a agência, “os policiais usaram a força, tentando segurá-lo pelo braço e aplicando um golpe conhecido como ‘mata-leão’, lançando Crispim ao chão na presença de funcionários, clientes e da sua filha de 15 anos.

Relembre

De acordo com o MP, as investigações policiais apontam que a vítima, depois de esperar atendimento desde às 10h da manhã, dirigiu-se por volta das 16h à mesa do gerente geral da agência, João Paulo Barreto, para cobrar atendimento que resolvesse sua demanda. Na ocasião, o gerente geral acionou o setor de segurança privada para retirar o cliente do estabelecimento. Depois, a Polícia Militar também compareceu à agência e propôs ao gerente que ele e o cliente se dirigissem até à delegacia.

Neste momento João Paulo teria afirmado que não fazia acordo com "esse tipo de gente", "supostamente se referindo à raça/cor da vítima", e logo após teria afirmado que somente iria à delegacia se Crispim Terral saísse algemado da agência”, narra o MP. 

Crispim é proprietário da Farmácia Terral, na cidade de Salinas de Margarida, onde vive, além de proprietário de duas lojas de assistência técnica de eletroeletrônicos na região.