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Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2014 às 22:00
- Atualizado há 3 anos
Foto: Fábio Pozzebom/ABrO Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça o empresário Eike Batista, proprietário do antigo grupo EBX, por crimes contra o mercado de capitais. Ele é acusado de manipulação do mercado e uso indevido de informação privilegiada. Se for condenado pelos crimes, Eike pode cumprir até 13 anos de prisão.>
Os procuradores pediram ainda o bloqueio dos bens do empresário, para futura indenização de prejuízos causados, calculados em R$ 1,5 bilhão. “A quantia equivale ao prejuízo suportado pelo mercado de ações em consequência da conduta criminosa protagonizada pelo denunciado”, explicam os procuradores da República Rodrigo Ramos Poerson e Orlando Monteiro da Cunha, autores da denúncia, em nota divulgada neste sábado, 13, pelo MPF. >
Os procuradores querem o bloqueio de contas bancárias e investimentos, além do arresto de casas, apartamentos, carros, barcos e aeronaves até o limite de R$ 1,5 bilhão. Também pediram o arresto de imóveis que foram doados para a atual mulher do empresário, Flávia Sampaio, e para os filhos Thor e Olin, da relação com a ex-mulher, a ex-modelo Luma de Oliveira.>
Em depoimento à polícia, citado na denúncia, Eike disse que doou para Thor a mansão em que moram, no Jardim Botânico, avaliada em R$ 10 milhões. Thor também recebeu, com Olin, um imóvel em Angra dos Reis, também de R$ 10 milhões. A Flávia Sampaio, coube um apartamento em Ipanema, no valor de R$ 5 milhões. >
No depoimento, o empresário disse ainda que precisaria fazer “ajustes” para doar outros bens para Olin e para o caçula, Balder, a quem não havia feito doações. Para os procuradores, a transferência de bens foi uma “manobra fraudulenta”, cometida com o “inequívoco propósito de afastar seus bens de futura medida constritiva”. Na denúncia, os procuradores apontam que a manipulação de mercado ocorreu em outubro de 2010, quando Eike simulou a injeção de até US$ 1 bilhão na empresa, por meio de compra de ações da OGX, operação conhecida no mercado como “put”. >
Poerson e Cunha apontam que Eike já sabia que os campos de exploração de petróleo Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia, na Bacia de Campos, não teriam a prospecção anunciada. “A divulgação do contrato com cláusula “put” se deu maliciosamente, de forma a iludir o público investidor, mediante a sua ocultação por ocasião da publicação de fato relevante na mesma data do instrumento particular, o que possibilitou ao acusado suscitar a sua isenção de cumprir a obrigação de investir recursos de seu patrimônio pessoal na empresa OGX por meio da compra de ações”, explicam os procuradores. >
Eike Batista também é acusado de usar informação privilegiada em duas ocasiões. Ele teria lucrado R$ 236 milhões com a venda de ações da OGX, A denúncia foi encaminhada à 3ª Vara Federal Criminal.Outro ladoO advogado Sérgio Bermudes, que representa o empresário Eike Batista, afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que as acusações não têm fundamento. “A denúncia dá por provado o que está por provar”, disse Bermudes. >
A denúncia do MPF ainda tem que ser aceita pela Justiça. A defesa criminal de Eike Batista será conduzida pelo advogado Ary Bergher. Eike está em viagem de negócios aos Estados Unidos, à Inglaterra e Coreia do Sul, informou o advogado.>