'Muito grave o que está acontecendo', diz Rui sobre conflitos com indígenas na Bahia

Ressaltou que competência para atuar em reservas é de governo federal e diz que Bolsonaro "lava as mãos" para problema

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  • Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2022 às 11:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O poder do governo baiano em interferir no conflito entre indígenas e fazendeiros no sul da Bahia é muito limitado, disse nesta quarta-feira (14) Rui Costa. O governador criticou o governo federal por permitir que a situação tenha crescido ao ponto de ter conflitos diários, com pataxós denunciando ataques de pistoleiros na área da comunidade de Aldeia Nova. "Muito preocupante, muito grave o que está acontecendo, mas temos limitações grandes para entrar nesse conflito".

"O problema é que a questão indígena é uma questão federal, não estadual. A gente acompanha, monitora, diria que vai no limite da linha divisória do que a possibilidade legal da entrada nossa. Quem devia estar acompanhando, tomando iniciativa para resolver o problema é o governo federal. Em reserva legal, polícia só pode entrar com ordem judicial. Toda reserva é considerada área federal. Cabe ao governo federal dizer se é uma área indígena ou não", disse Rui, durante a inauguração do Hospital do Homem, no Cabula, nessa manhã. 

Rui criticou o presidente Jair Bolsonaro. "O presidente demonstrou todo seu desprezo por indígenas no país inteiro, não só aqui. Na Bahia, isso se traduz em lavar as mãos pros conflitos diários. Não quero julgar essa ou aquela área, quem tá certo, fazendeiros ou indígenas", disse, afirmando, que não pode é o governo federal se omitir nas demarcações. "Enquanto ele (Bolsonaro) deixa o problema acontecer, nós ficamos com problema de segurança e indo no limite com as tropas estaduais tentando evitar as mortes".

O governo da Bahia está acompanhando o caso, houve uma reunião com o secretário da Segurança Pública Ricardo Mandarino, e as polícias estão atentas, diz.