Mulher é detida ao se recusar a deixar praça e morde guarda municipal

Caso aconteceu em Araraquara (SP) onde há decreto que impede acesso aos parques públicos

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  • Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2020 às 16:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Uma mulher de 44 anos foi detida pela Guarda Civil Municipal (GCM) de Araraquara, em São Paulo, após se recusar a sair de uma praça pública, na manhã desta segunda-feira (13). Durante a abordadem, a administradora de empresas Silvana Tavares Zavatti resistiu à prisão e chegou a morder o braço de uma das guardas.

Com 28 casos confirmados de covid-19, incluíndo duas mortes, a cidade tem em vigor um decreto de calamidade pública, que determina o isolamento social como medida de combate ao novo coronavírus. Por isso, a Praça dos Advogados, no bairro Vila Harmonia, está fechada para práticas esportivas e de lazer.

Segundo o G1 local, no boletim de ocorrência consta que Silvana estava no local quando foi abordada por três guardas municipais, que solicitaram sua saída. Ela, então, se recusou e alegou o 'direito de ir e vir' da Constituição Federal, dizendo que "está acima de qualquer decreto que for".

"Esse circo de coronavírus não funciona comigo. Esse cirquinho que armaram para implantar uma ditadura comunista. Comigo, não funciona. Eu sou uma pessoa livre", afirmou. (Veja no vídeo abaixo)

Os guardas pediram a presença do coordenador executivo de Segurança Pública, Tenente Eudes Abraão, que deu voz de prisão à Silvana, de acordo com o B.O. Ela resistiu e, durante a abordagem, mordeu uma das agentes municipais, dizendo que não conseguia respirar. A administradora foi imobilizada, algemada e levada até à delegacia.

A mulher, segundo a prefeitura de Araraquara ao G1, pode responder por desacato à autoridade, descumprimento do decreto municipal e por infringir a lei que determina o impedimento de propagação de doença contagiosa. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Araraquara como infração de medida sanitária preventiva.

Após ser apresentada na delegacia, Silvana afirmou estar inconformada com a forma que foi tratada. "Estava caminhado sozinha para aumentar minha imunidade, me sentei para descansar e fui abordada. Cinco pessoas vieram me abordar e estava sufocada, me machucaram, por isso, acabei mordendo uma guarda. A constituição me garante o direito de estar na praça", disse, ao portal ACidade ON Araraquara. 

Silvana e a guarda municipal agredida passarão por exame de corpo delito.