Mulher pode ser segunda paciente a eliminar vírus da Aids sem qualquer tratamento

Argentina de 30 anos convive há 8 anos com o HIV sem manifestar qualquer sinal de infecção viral ativa em seu corpo

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  • Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2021 às 21:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Getty Images

Uma mulher argentina de 30 anos pode ser a segunda paciente com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) a se curar completamente da infecção sem a necessidade de tratamento.

Pesquisadores de Buenos Aires e Boston, nos Estados Unidos, publicaram o estudo com o caso nesta terça-feira (16) no "Annals of Internal Medicine".

Segundo os resultados, a paciente Esperanza - como ficou conhecida, em referência a cidade argentina onde mora - não passou por nenhum tratamento experimental, terapia antirretroviral ou transplante de medula óssea e, ainda assim, vem mantendo uma carga viral indetectável do HIV tipo 1 (HIV-1) há 8 anos.

De acordo com os pesquisadores, a análise revela que a mulher parece não ter qualquer sinal de infecção viral ativa em seu corpo, nem evidência de doença associada ao vírus. Esperanza é a segunda pessoa a se curar espontaneamente do HIV - o outro caso aconteceu com uma paciente de São Francisco (EUA).

As duas pacientes são consideradas "controladoras de elite” do vírus da Aids, de tal maneira que não há sinal de que o HIV tenha capacidade de se multiplicar no organismo, possivelmente alcançando aquilo que chamaram de “cura esterilizante”. 

“Até agora, uma cura esterilizante para o HIV só foi observada em dois pacientes que receberam um transplante de medula óssea altamente tóxica. Nosso estudo mostra que essa cura também pode ser alcançada durante a infecção natural, na ausência de transplantes de medula óssea (ou qualquer tipo de tratamento)”, disse o Dr. Xu Yu, autor do estudo, à CNN Internacional.

“Exemplos de tal cura que ocorrem naturalmente sugerem que os esforços atuais para encontrar uma cura para a infecção pelo HIV não são ilusórios, e que as perspectivas de alcançar uma ‘geração livre de AIDS’ podem ser finalmente bem-sucedidas”, declarou.