Mulher que recebeu bebê arrancado da barriga de grávida é presa

Dois adolescentes tiveram envolvimento no crime e estão internados em unidade que abriga menores infratores

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  • Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2019 às 10:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Kátia Barros Rabelo, 34, foi presa na tarde desta quarta-feira (23) pela Polícia Civil de Rondônia. Ela é a única adulta envolvida nos assassinatos cometidos por dois adolescentes – de 13 e 15 anos –, responsáveis pelas mortes de Fabiana Pires Santana, 23, grávida de oito meses que teve o filho arrancado pelos dois jovens, e seu filho, de apenas 7 anos.

De acordo com o R7, o bebê, que está internado no Hospital da Base de Porto Velho em estado estável, havia sido entregado a Kátia, que disse ao namorado que estava grávida e, para confirmar a história falsa, utilizou do filho recém-nascido de Fabiana para enganá-lo.

A delegada Leisaloma Carvalho Resen, responsável pelas investigações e titular da Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Contra a Vida, disse que mais dois adolescentes tiveram envolvimento com o crime. Eles estão internados em uma unidade que abriga menores infratores. 

Segundo Leisaloma, Kátia presenciou o planejamento do crime e, ciente das intenções, pediu a criança para que fosse dada como sua ao namorado, confirmando a ele o que havia dito.“[Kátia] simulou a gravidez por oito meses. Ela engordou, chegou a mostrar fotos da barriga e mandou ao namorado fotos de ultrassons tirados da internet”, disse a responsável pelas investigações. Dois dias depois do crime, continuou a delegada, “ela ainda levou a criança para que o garimpeiro visse, e disse que tinha dado à luz”.A partir das investigações, o saldo até o momento é de quatro adolescentes apreendidos e um adulto preso: Kátia. No entanto, a delegada ainda investiga se mais pessoas participaram do crime. “Esse (cinco) é o número de pessoas recolhidas até o momento. Pode ter mais gente”, disse ela.

Relembre O crime bárbaro chocou Porto Velho, em Rondônia. Fabiana, grávida de 23 anos foi assassinada pela própria irmã, uma adolescente de 13, com ajuda de um comparsa de 15. A intenção dos dois era entregar o bebê que a vítima esperava para a mãe do garoto, que simulava uma gestação. Os dois menores foram apreendidos nesta terça-feira (22) pelo crime, segundo o G1 Rondônia.

O corpo de Fabiane foi achado pelo pai na tarde da segunda. Na véspera, o corpo do filho, Gustavo Henrique Pires Maciel, foi achado em um lago no mesmo loteamento. O bebê que Fabiana esperava foi retirado da barriga dela a facadas. 

Segundo a Polícia Civil, o bebê foi levado pelo adolescente para casa. Investigadores foram até o local e resgataram o recém-nascido. De acordo com a Secretaria de Saúde, o menino tem 1,8 kg e está bem, em observação no Centro Obstétrico, com acompanhamento pela equipe especializada. Ele foi levado para a unidade por uma equipe do Conselho Tutelar e da Polícia Militar, ainda de acordo com a publicação.

A delegada Leisaloma Carvalho deu uma coletiva e afirmou que as investigações continuam, pois o caso é complexo. Segundo ela, os dois adolescentes confessaram o crime, mas caíram em contradição ao detalhar o caso. 

De acordo com Leisaloma, o pequeno Gustavo foi morto pela própria tia por ter presenciado a morte da mãe. "Quando a Fabiana foi até o local, atraída, a irmã já começou a agredi-la com uma barra de ferro. Desferiu algumas facadas e depois foi retirar a criança. Ele disse que ela estava viva ainda. A criança encontrada morta no lago presenciou tudo e o próprio adolescente fala que a irmã matou o sobrinho após jogá-lo no lago e arremessar pedras para que ele não saísse da água", diz. O menino não sabia nadar.

"Os dois já tinham levado para o local todos os objetos usados no crime uma barra de ferro e uma faca usada para tirar a criança da barriga da vítima", acrescenta a delegada. 

Além dos dois, a mãe do garoto de 15 anos também é considerada suspeita no caso.

Gravidez fingida A garota de 13 anos afirmou à polícia que quis matar a irmã por ser maltratada dentro de casa. "A gente já apurou que ela tinha dentro de casa um comportamento um pouco trabalhoso. Ela saía pra beber, fugia da escola, e a irmã procurava por ela, chamava atenção e ela não gostava disso", diz. A menina também afirmou que o marido de Fabiana abusava dela, o que ainda será investigado pela polícia.

A delegada diz que a menina conta tudo que aconteceu com frieza e não demonstra arrependimento pela morte da irmã e do sobrinho. Criança de 7 anos foi afogada (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros) Já o adolescente contou que a intenção do crime era roubar a criança que Fabiana esperava. "Sabendo que ela estava com 8 meses de gestação, ele queria a criança, pois a mãe dele estava namorando um garimpeiro e ela queria 'sair da pobreza' dizendo pra ele que estava grávida. Ela estava simulando uma gravidez e ia aparecer com essa criança. Ele diz que a mãe não participou do ato executório em si, mas que ele foi lá e que ele inclusive ajudou a cortar a barriga da vítima pra retirar a criança", diz a delegada, afirmando que a mãe dele sabia de tudo. "Se for comprovado, que a mãe do adolescente também tem envolvimento, nós vamos pedir a prisão preventiva dela".

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios de Porto Velho.