Mulher que recebeu coração de Eloá Pimentel em 2008 morre de covid-19

Pais de Eloá lamentaram a morte: 'Era como uma filha para mim'

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  • Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2021 às 16:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Morreu de covid-19 Maria Augusta dos Anjos, de 51 anos. Em 2008, ela recebeu o transplante do coração de Eloá Cristina Pimentel, jovem de 15 anos que foi morta pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes, após ser feita refém por dias. Maria Augusta faleceu no fim da tarde da segunda-feira (3) no interior do Pará.

A sobrinha de Maria Augusta, Jeanne Carla Rodrigues, confirmou a morte em uma rede social. Ela foi internada no fim de abril no hospital Santa Terezinha, em Parauapebas, no Pará. Na época, a família chegou a fazer uma campanha on-line para arrecadar dinheiro a ser gasto no tratamento. 

"Ligaram do hospital e hoje foi o dia escolhido: Nosso Pai celestial recolheu a Augusta para a vida eterna, para morar ao seu lado, para abraçá-la e dizer 'Ah filha, que bom que você chegou, vem aqui perto do Papai'. Hoje, chegou ao fim todo seu sofrimento, sem remédios, sem cirurgias, sem agulhas, sem máquinas... apenas a grandiosa face de Deus!", escreveu Jeanne.

Os pais de Eloá lamentaram a morte. "Eu não esperava essa notícia. Eu estava torcendo para a Augusta se recuperar. Para mim foi muito triste. Minha família, meus filhos estão tristes. Até porque amanhã minha filha Eloá faria 28 anos se estivesse viva. Augusta era como uma filha para mim também, pois ela carregava o coração de Eloá", disse ao G1 Ana Cristina Pimentel, de 54 anos, mãe de Eloá. "Augusta ficou maravilhosa depois que recebeu o coração de Eloá, mas essa doença a pegou e a matou". 

"Ficamos sabendo e lamentamos o falecimento da Maria Augusta", acrescenta Everaldo Pereira dos Santos, 56, pai de Eloá.

Cinco pessoas receberam sete órgãos doados pela família de Eloá - coração, pulmões, pâncreas, fígado e rins. Augusta, que nasceu com má-formação no coração, recebeu o transplante no dia emq ue fez 39 anos.

Na época, ela não era capaz de fazer atividades simples, como varrer a casa, por risco de sobrecarregar o coração. Ela chegou a fazer uma cirurgia quando tinha 22 anos para melhorar a situação, mas em 2006 sua condição piorou. Ela se mudou para São Paulo para ficar na fila de transplante, esperando por 2 anos pelo órgão.