Mulheres e pretos recebem salários menores na Bahia, diz IBGE

Comparativo foi feito entre os dois sexos e com diferentes etnias

Publicado em 7 de maio de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tiago Caldas/CORREIO

O de cima subiu e o de baixo desceu. Números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a desigualdade voltou a crescer na Bahia após o recuo registrado em 2018. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2019, os 10% mais ricos do estado recebem 50,5 vezes a mais que os 10% mais pobres.

Com isso, o estado subiu no ranking nacional de desigualdade no rendimento de trabalho, passando do 9º para o 7º lugar do levantamento. Em 2019, os 10% de trabalhadores baianos com os maiores rendimentos recebiam uma média de R$ 6.920, enquanto os 10% com menores salários recebiam R$ 137.

Segundo o IBGE, o aumento na desigualdade aconteceu mesmo com um aumento na renda da maioria dos baianos. Contudo, quem ganhou mais foram as pessoas que já tinha melhores condições e por isso a desigualdade se ampliou. Traduzindo: a distância entre ricos e pobres cresceu.

A pesquisa também apontou que as mulheres estão recebendo ainda menos do que os homens no estado - ainda que elas sejam maioria, compondo cerca de 55% da população do território.

Entre 2018 e 2019, na Bahia, o rendimento de trabalho das mulheres caiu 2,0% (de R$ 1.428 para R$ 1.400), enquanto o dos homens subiu 7,5% (de R$ 1.595 para R$ 1.714). Assim, a desigualdade salarial por gênero voltou a crescer no estado, e as mulheres recebiam em média 19,6% menos que os homens. 

O movimento de avanço na desigualdade salarial entre mulheres e homens ocorreu após o recuo importante verificado entre 2017 e 2018, que levou a diferença ao seu menor patamar histórico (10,5% a menos pra a mulheres). 

Ainda assim, a diferença no rendimento de mulheres e homens na Bahia ainda é menor do que no país como um todo. No Brasil, as mulheres que trabalhavam ganhavam, em 2019, R$ 1.985; 22,3% menos que os homens (R$ 2.551).

Desigualdade tem cor Em relação à cor ou raça das pessoas ocupadas na Bahia, houve redução na desigualdade entre trabalhadores brancos e pardos, mas aumento entre os brancos e pretos. 

Em 2019, no estado, as pessoas que se declaravam brancas ganhavam em média R$ 2.177, enquanto as que se declaravam pardas tinham salário médio de R$ 1.500, enquanto as que se declaravam pretas ganhavam R$ 1.337. 

A diferença entre pardos e brancos era  de 36,8% em 2018 e se reduziu no passado porque os trabalhadores de cor parda tiveram o maior aumento salarial médio entre um ano e outro: mais de 10%. 

Já a diferença entre brancos e pretos aumentou porque os trabalhadores de cor preta foram os únicos que tiveram uma redução no rendimento médio do trabalho entre os dois últimos anos.