Mulheres trans são impedidas de usar banheiro feminino em bar de MT

Manuelly e Fernanda registraram queixa por transfobia

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  • Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2021 às 18:23

- Atualizado há um ano

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Duas mulheres trans foram impedidas de usarem o banheiro feminino de um bar em Sinop, no Mato Grosso, neste domingo (14). Manuelly Souza, 26 anos, e Fernanda Brattil, 29, usaram as redes sociais para compartilhar o episódio. Elas também registraram um boletim de ocorrência por transfobia. 

Na publicação, Manuelly relata que ambas tinham ido ao bar no sábado (13) e usaram o banheiro normalmente. Como tinham gostado do estabelecimento, resolveram voltar no dia seguinte.

“Frequentamos o banheiro normalmente e na segunda vez que minha amiga estava entrando eu fui atrás para fazer companhia para ela. O homem me pegou pelo braço e disse: “você tem que usar aquele banheiro ali”, se referindo ao masculino.

Manuelly se recusou a usar o banheiro masculino e usou o feminino. “Quando a gente saiu, tinha dois seguranças esperando a gente na porta”, disse.

Os seguranças teriam dito que elas deveriam usar o banheiro masculino ou de pessoa com deficiência. 

As mulheres do local demonstraram apoio a Manuelly e Fernanda, afirmando que não teria problema se elas usassem o mesmo banheiro.

Depois de toda confusão, o bar ainda teria tentado enviar um combo de bebidas para as duas, que se recusaram a receber. Nesta segunda-feira (15), elas registraram um boletim de ocorrência contra o estabelecimento na delegacia da cidade.

“Educação, respeito e estou te dizendo: aqui você não usa o banheiro feminino e se você não estiver feliz, pode se retirar”, diz um funcionário do estabelecimento em vídeo divulgado pelas vítimas.

Fernanda explicou que ela e a amiga não conseguiram dormir por causa do ocorrido. “Eles não noção do quanto isso faz mal para a gente. Eu fico com vergonha, sou uma pessoa mais reservada e fiquei morrendo de vergonha porque ele chamou atenção da gente na frente de todo mundo do bar”, relata.

“É muito chato você ser rejeitado em local público, na frente das pessoas, o cara gritar com a gente”, acrescenta.