Na 30ª edição, Lavagem Cultural arrasta 1,2 mil no Pelô homenageando festas populares

Rei e rainha da festa, Beto Jamaica e Mirella Bastos animaram trabalhadores da Cultura

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 23:00

- Atualizado há um ano

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. por Foto: Marina Silva/CORREIO

Os sons do batuque e os sopros da fanfarra vinham de dentro do prédio que abriga a Secretaria da Cultura do Estado. Lá dentro, o início da 30ª Lavagem Cultural, tradicional festa realizada com o apoio da Fundação Cultural, celebrava, de uma certa forma, a si mesma. Na edição deste ano, funcionários e ex-funcionários da Fundação resolveram homenagear as festas populares da Bahia.

De dentro do prédio, saíram baianas, palhaços, filhos e filhas de Gandhy. Os mais diversos tipos de foliões acompanharam o cortejo que caminhou da Rua Chile até o Largo Quincas Berro D’água, no Pelourinho, onde a festa dos funcionários da Cultura continuou.

Depois de desfilar com os 1.200 foliões que vestiam a camisa da Lavagem, os cantores Beto Jamaica e Mirella Bastos foram coroados rei e rainha da festa.

“Há 10 anos eu canto para eles, faço o show dessa festa. Então nesse aniversário receber esse convite para ser rainha é uma emoção. Essa festa é linda”, disse Mirela, que comandou um show depois da sua coroação.

O eterno vocalista do É o Tchan também curtiu a homenagem. “Fiquei muito feliz com o convite. É um marco. Sempre fiquei me perguntando quando eu seria rei, sempre que eu via outros artistas receberem e agora to aqui. A lavagem é o começo de tudo, é uma festa linda. A fanfarra é Carnaval também né?”, comentou.

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30 anos Durante o caminho, que contou com ala de baianas, a banda percussiva do Bloco Filhas de Gandhy, passistas, o grupo cultural Mascarados de Maragogipe e um bloco carnavalesco de Cachoeira, uma das mais animadas era a servidora aposentada Marlucia Alves, 70, que resolveu se fantasiar de Baby do Brasil “Aqui é o ínicio do meu Carnaval, venho desde a primeira, começo aqui e só paro agora na quarta de cinzas”, disse animada. 

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Completando 30 anos, a lavagem começou por um motivo diferente. “Há 30 anos atrás a primeira lavagem foi por conta de protestos, por conta de questões que nós servidores estavamos enfrentando, mas foi um sucesso tão grande que resolvemos trazer pro Carnaval. Desde então fixamos na véspera da abertura oficial e tem sido sempre sucesso”, conta o coordenador da Lavagem Jorge Vasconcelos.  

Os temas diferentes a cada ano são, também, parte da tradição. A lavagem já homenageou o meio ambiente, a Copa do Mundo, e agora as próprias festas de rua. A blusa dos foliões traziam referências à Lavagem do Bonfim, de Itapoã,  Festa de Iemanjá, e o próprio Carnaval que já bate na porta.   “A gente quer mostrar essa beleza para todo mundo que tá ai pela rua, que vai acompanhar nosso cortejo, fazer essa homenagem mesmo”, conta Vasconcelos.

Para todo mundo Entre quem acompanhou a festa a variedade era grande. De servidores aposentados, até crianças filhos e netos de quem trabalha com a cultura do Estado. “Esse aqui foi o primeiro carnaval dos meus filhos, que agora tão trazendo meus netos pra curtir. É uma festa ótima, tranquila”, comenta Sérgio Lima, 68, ao entrar no Quincas com a família completa.

Já dentro do largo lotado a animação da assistente social Terezinha Jesus, 41, era notada de longe. “Essa aqui é uma festa de família, me sinto curtindo com uma grande família, não tem jeito melhor de começar o Carnaval. Venho há 10 anos”, disse sem parar de dançar. 

“Esse evento significa a força da cultura popular, da diversidade do Carnaval, esse baile é um retrato disso tudo. Os próprios funcionários mantém essa tradição. É o povo que mantém essa festa, que só existe porque o povo existe. É lindo ver esse largo lotado”, comentou a secretária de cultura do estado Arany Santana.

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier. **O CORREIO Folia tem o patrocínio do Hapvida, Sotero Ambiental, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio do Salvador Bahia Airport e Claro.