Negócios prósperos em sombras e luzes

Empresária e fotógrafa mostra como o mercado pode ser render para quem empreende com garra e determinação

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 11 de novembro de 2020 às 21:03

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Divulgação/Ícaro Cerqueira

Durante toda a sua vida, Magali Moraes sempre foi a fotógrafa da família e dos amigos. Enquanto se divertia, também fazia cursos livres de fotografia e comprava equipamento para aprimorar o hobby. Depois de nove semestres no curso de direito e uma carreira estabilizada, atuando no controle de qualidade das refinarias terceirizadas da Petrobrás, ela se deu conta que não era feliz. A remuneração era muito boa, mas acordar todos os dias às 4h da manhã e só retornar para casa no final do dia, num ambiente hostil, não era seu ideal de satisfação. 

A situação assumiu contornos ainda mais gritantes, quando a esposa perguntou: como você se vê daqui a dez anos? A resposta foi: ganhando mais e reclamando do mesmo jeito.  

A infelicidade e a descoberta de um nódulo de tireóide precipitaram a tomada de decisão e colocaram em prática o sonho de viver profissionalmente como fotógrafa. Todo o dinheiro da rescisão contratual ela investiu na carreira. Fez o curso de edição e fotografia no Senac e foi estudar direção de fotografia na Academia Internacional de Cinema, em São Paulo. 

Sonhos grandes

“Sempre quis ser grande, não queria fazer batizado e aniversário de criança, queria criar um diferencial nas minhas fotos e, para isso, sabia que precisava estudar e focar nessa meta, afinal, ainda vou escrever meu nome da fotografia mundial”, afirma, entre o gracejo e a determinação,  a fotógrafa e empresária Magali Moraes. Ela foi a convidada de Flávia Paixão na live Empregos e Soluções dessa quarta-feira, 11, na página do Jornal Correio, no Instagram.  A participação da empresária e fotógrafa conseguiu mobilizar os seguidores e aqueles que querem conhecer mais sobre empreendedorismo (Foto: reprodução/Instagram) A participação da fotógrafa foi festejada pelos seus alunos e seguidores, chamados de Magalovers, numa referência ao carinho que eles sentem pelo trabalho desenvolvido pela empresária. 

Depois que voltou para a Bahia, Magali começou a procurar os amigos para criar um portfólio de divulgação do próprio trabalho e, assim, em 2014, foi notada pelo Olodum, depois que fez as fotos do show das bandas Capital Inicial e Cheiro de Amor, no Bahia Café Hall. “Eles queriam uma linguagem diferente, que fugisse daquilo que era feito na época e me procuraram para acompanhá-los. Naquele ano, fiz o projeto Por do Som com o Olodum”, rememora. 

Vida de empresária

Com a empresa aberta e já definida como uma microempreendedora individual, Magali percebeu que estava precisando dispensar trabalho, pois já não conseguia atender a todas as demandas e estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. A saída encontrada foi encontrar outros fotógrafos que tivessem as mesmas perspectivas e prepará-los para reproduzir o conceito daquele tipo de fotografia que estava sendo feita. “Existem inúmeros profissionais, inúmeros equipamentos, mas, quando se pensa em imagem, é preciso que ela transmita uma mensagem”, diz, salientando que assim criou um nome e uma referência no mercado. 

No Carnaval desse ano, por exemplo, Magali conseguiu montar uma equipe com 12 profissionais e, hoje, mantem um quadro fixo composto de um editor de imagens e dois fotógrafos. Aos poucos, ela começou a avançar e a registrar um nome no mercado e foi se especializando em fotografias publicitárias e de personalidades, tais como Carlinhos Brown e Maíra Azevedo, a Tia Má, que também foi aluna num dos cursos oferecidos de fotografia, e que esteve presente na live, registrando o carinho como cliente e admiradora do trabalho de Magali.

No início desse ano, com a pandemia e a redução drástica de trabalhos na área de eventos, Magali decidiu que faria algo para ajudar as pessoas que pediam uma ajuda para melhorar as imagens dos pequenos negócios divulgados nas redes sociais e decidiu que ofereceria um curso para capacitar as pessoas para tirarem fotos pelo celular. “Inicialmente, os cursos seriam gratuitos, mas sei que as pessoas não valorizam nada de graça. Pensei em cobrar um valor simbólico de R$10,00 e atrelar esse valor à divulgação do curso. Em duas horas, as 100 vagas tinham se esgotado. Abri mais duas turmas e, desde então, conseguimos formar 25 turmas que, por vezes, chegam a 300 participantes”, conta, salientando que as mulheres negras e sem condição financeira têm direito a fazer o curso gratuitamente. “Costumo dizer que não é a foto bonita, mas a foto que comunica, que diz alguma coisa que faz a diferença”, esclarece.

Quando questionada se há arrependimentos em ter deixado a estabilidade da carteira assinada para empreeender, ela lembra a fala de um amigo: Se você já ganha dinheiro fazendo o que não gosta, imagine quando cpmeçar a trabalhar com o que você ama. "O dinheiro é consequência da formação, o empenho, foco e determinação", finaliza.

A live Empregos e Soluções é realizada todas as quartas-feiras, às 18 horas, no perfil do Jornal Correio no Instagram e tem a apresentação da consultora e especialista em gestão de pequenos negócios Flávia Paixão.