Nesse estado...

Por Aninha Franco

  • D
  • Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Como o Brasil pós-colonial ainda não tem forma nem modelo, convive com muitos estados além dos seus estados territoriais. Por exemplo, Dias Toffoli, Lewandowski e Edson Fachin pertencem a estados diferentes, apesar de todos estarem no STF. Fachin é ministro do Estado brasileiro, Dias Toffoli e Lewandowski são ministros do estado petista organizado nas gestões Lula. Gilmar Mendes eu não sei a que estado pertence. Sei que quando ele gargalha, recomenda a necessidade de controlar o estado de espírito para conviver e sobreviver a todos os estados que governam o Brasil. 

Ontem,  li que Bolsonaro tem apoio do  quilombola Paulo, do Pará, apesar de denunciado por racismo num ataque a quilombolas. Quando Bolsonaro abre a boca, sempre atinge alguém. Mulheres, gays, melaninas foram alguns dos seus alvos ultimamente. Bolsonaro conseguiu dizer a uma mulher que ela não merecia ser estuprada e a outros quilombolas, que não Paulo, do Pará, que os quilombolas não servem nem pra procriar. Confesso que Bolsonaro é mais machista que Estevão, o personagem que eu criei para o musical Os Cafajestes em 1994. E pelos altos índices que Bolsonaro alcança nas pesquisas eleitorais à Presidência, há um estado cafajeste expressivo no Brasil.  

Nem havia descansado de Bolsonaro com os quilombolas, li João Henrique numa entrevista, completamente interligado com Deus, seu amigo íntimo, seu conselheiro, que lhe pediu, ao mesmo João Henrique que destruiu a cidade de Salvador, que ele não se aposente. Evoquei Castro Alves, eu que sempre evoco Gregório de Mattos: “Deus, ó Deus, onde estás que não respondes? Por que aconselhas João Henrique a regressar para destruir a Bahia? Senhor, esquecestes do que ele fez a Salvador em oito anos? Por que tanta ira contra a cidade?”.    

Deus nem tchum! Embuçado nos céus diante da escravidão, no século XIX, estava, embuçado nos céus diante de João Henrique, o exterminador de cidades, ficou. E o estado religioso, completamente desembuçado, alerta que comanda a cidade do Rio de Janeiro, a cidade mais hedonista do Brasil desses estados todos, do estado yuppie de FHC, do estado sindicalista de Lula, do estado ensandescido de Dilma, do estado corrompido de Temer, sucessor de Sarney no ovni político que é o MDB pós-redemocratização. 

Ok, o estado sindicalista está abalado, mas Lula, seu líder maior e quase único, preso por corrupção, já criou o estado messiânico polimórfico comparando-se a uma jararaca, a Jesus e agora a Tiradentes. Pelas comparações, percebe-se que o líder é estranho. Tiradentes era pobre, Lula acabou de declarar um patrimônio de R$ 12 milhões. O declarado!!! Tiradentes foi o cordeiro da Inconfidência Mineira porque, ao contrário dos outros integrantes do movimento, era pobre. Lula tem uma banca de advogados que nunca antes na história deste país alucinado. 

E mais espaço houvesse, mais estados apareceriam nesta trilha, como o estado do tráfico, fortalecido cotidianamente pelos outros estados que minam o Estado brasileiro patrocinador de todo esse delírio.