Nordeste e Bahia têm taxas de homicídio acima da média do país

Em 2017, a taxa no Brasil foi de 31,6 para cada 100 mil habitantes; no Nordeste foi 48,5; e na Bahia, 48,7

Publicado em 6 de março de 2020 às 05:40

- Atualizado há um ano

Nos últimos anos, o número de homicídios no Brasil passou por ligeiras altas, embora tenha registrado uma queda acentuada de 2017 para 2018. Mas a taxa de homicídios, tanto no Nordeste quanto na Bahia, sempre esteve acima da média do país.

Em 2017, por exemplo, números do Ministério da Saúde (DataSUS) mostram que, se a taxa de homicídios em todo o Brasil foi de 31,6 para cada 100 mil habitantes, a taxa do Nordeste foi de 48,5 e a da Bahia, de 48,7.

No ano seguinte, houve queda em todas elas: a média do Brasil foi para 27,2, quando a do Nordeste chegou a 41,1 e a da Bahia, 41,8. Para o historiador Dudu Ribeiro, coordenador da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas (INNPD) e do Observatório da Segurança na Bahia, esse é um fenômeno que pode ser chamado de ‘nordestinização da violência’.

“A Bahia registrou os números mais altos entre os estados do Nordeste num processo que muitos estudiosos têm tratado como a nordestinização da violência no Brasil”, explica. “Entre 2009 e 2018, 38% das mortes no Brasil foram no Nordeste, sendo que a Bahia foi a responsável por 27,7% dessas mortes no Nordeste”, completa Dudu.

Outro fator que tem chamado a atenção dos pesquisadores quando tratam de mortes violentas é o uso de armas de fogo. De acordo com o sociólogo César Barreira, coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV/UFC), os médicos costumavam receber mais vítimas de agressão por armas brancas - como facas - do que por armas de fogo: “Isso se inverteu, o que é preocupante porque a arma de fogo é muito mais letal”.

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A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP) informou que “não teve acesso à pesquisa, logo não pode comentar os seus resultados”. Entretanto, “reforça que as ações e políticas preventivas e repressivas para a redução dos Crimes Violentos Letais Intencionais no estado são constantes e resultam nas diminuições sucessivas destes tipos de crime, chegando ao menor número registrado nos últimos sete anos, em 2019”.