'Nos ignoraram, ficamos à deriva', diz capitão do Independiente

Silvio Romero relatou a noite da equipe argentina no aeroporto de Salvador

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  • Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2021 às 18:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Independiente/Divulgação

A chegada do Independiente em Salvador, na segunda-feira (3), foi turbulenta. Na capital baiana para enfrentar o Bahia, pela Copa Sul-Americana, o time argentino foi barrado no aeroporto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após 11 integrantes testarem positivo para a covid-19. 

Durante a madrugada, parte do grupo foi liberada e foi para o hotel. Mas os oito jogadores e três integrantes da comissão técnica que tiveram resultado positivo para coronavírus seguiram no aeroporto. Após quase 20h, eles voltaram para a Argentina, deportados.

Silvio Romero, capitão da equipe, deu detalhes da noite que viveu o Independiente. Segundo relatou o atacante, a equipe foi tratada "como se tivesse cometido um crime". Ele foi um dos jogadores que testaram negativo e puderam ir para o hotel em Salvador.

"Estamos passando por um momento muito delicado, muito complexo. Atravessamos uma odisséia importante. Ontem, alguns de nós só puderam descansar de novo às 4h da manhã, enquanto outros companheiros ficaram no aeroporto para dormir em condições muito precárias, como se realmente tivessem cometido um crime", disse, em entrevista à TyC Sports."Desde que chegamos ao aeroporto, fomos tratados muito mal. Fomos destratados. Depois de 5h de demora, eles ainda estavam lá, preenchendo formulários, deixando o tempo passar. Eles nos ignoraram e ficamos à deriva, sem realmente saber o que estava acontecendo. Então começamos a ficar nervosos. Não entendíamos por que nos atrasavam se não havíamos feito nada. Embora houvesse meninos com teste positivo para PCR, o resto da delegação estava em condições de deixar o aeroporto. Nos deixaram de maneira ilegal lá, só por um capricho", continuou.Walter Lusnig, dirigente do clube, também falou sobre a noite, em entrevista para a rádio La Red, da Argentina, e relatou ter sido ameaçado por policiais.

"Eles ligaram o ar condicionado, nos deixaram deitados no chão. Acho que era preferível dormir na rua. Trouxeram-nos cobertores e comida do hotel. A polícia brasileira é bastante complexa. Com a troca da guarda, vieram até nós, houve um pequeno conflito e ameaçaram sacar uma arma. Insaurralde e Arregui foram levados para conversar", contou.

Lusnig afirmou que o grupo foi abordado de forma agressiva para deixar o saguão onde estavam deitados, no aeroporto."Os policiais nos ameaçaram, metendo a mão na cintura como se fossem sacar uma arma", lembrou o dirigente.Segundo Romero, a equipe passou por uma bateria de exames antes da viagem ao Brasil. "Fizemos todos os testes que a Conmebol havia solicitado. Tivemos a sorte de realizá-los em tempo hábil e de apresentar os exames para nos habilitarmos a viajar e a chegar", afirmou.

"Para viajar, fazemos o PCR, exames sorológicos, placas, exames de sangue, eletrocardiogramas. É bem possível que os meninos que foram reintegrados na semana passada continuem com o resultado positivo porque tem carga viral, mas eles não podem mais infectar", continuou o capitão.

A justificativa do Independiente para a viagem desses integrantes é de que eles tiveram a doença recentemente, e por isso ainda ainda possuem fragmentos do coronavírus no organismo, mas que não há o risco de contaminação. O clube alega que tem autorização da Conmebol para atuar com esses atletas.