Nova fase da Lava Jato mira corrupção em contratos de telefonia e internet

Ação é um desdobramento da 24ª etapa, que, em 2016, levou coercitivamente o ex-presidente Lula para depor

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  • Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2019 às 08:50

- Atualizado há um ano

A Polícia Federal realiza na manhã desta terça-feira (10), uma nova etapa da Operação Lava Jato para apurar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência envolvendo contratos de operadoras de telefonia, internet e TV por assinatura que atuam no Brasil e no exterior. Segundo a corporação, os repasses para uma das empresas teriam chegado a R$ 193 milhões entre 2005 e 2016.

Em cooperação com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal, essa é a 69ª fase da Operação Lava Jato, denominada Mapa da Mina.

Cerca de 200 policiais federais, com o apoio de 15 auditores fiscais da Receita Federal, cumprem 47 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal em Curitiba o Paraná. 

O inquérito policial teve início a partir de evidências colhidas na 24ª fase da Operação Lava Jato e tem como foco principal a apuração de crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, tráfico de influência internacional e lavagem de dinheiro envolvendo contratos e/ou acertos suspeitos que geraram repasses milionários a grupo econômico integrado por pessoas físicas e jurídicas investigadas naquela fase.

Os contratos sob investigação foram celebrados com grandes companhias operadoras de telefonia, internet e TV por assinatura atuantes no país e no exterior e as evidências indicam que os serviços contratados pelo citado grupo econômico nos principais casos foram realizados em patamares ínfimos ou não foram prestados, apesar dos pagamentos recebidos integralmente.

O nome da operação foi extraído de arquivo eletrônico de apresentação financeira interno do grupo econômico, contido em material apreendido na 24ª fase da Lava Jato, o qual indicaria como “mapa da mina” as fontes de recursos advindas da maior companhia de telefonia investigada. O real significado da expressão também é objeto das apurações.

Em Salvador, os agentes da PF e da Receita estiveram na sede da Propeg, agência de publicidade localizada no bairro da Barra.  A Propeg, em nota, negou que fosse o alvo da operação: 

Em respeito aos seus clientes, aos seus colaboradores e ao mercado publicitário a Propeg esclarece o seguinte:

Na manhã desta terça-feira, 10 de novembro, o escritório da Propeg em Salvador se viu envolvido em uma confusão causada por erro de endereços.

A diligência cumprida na agência destinava-se, na verdade, a outra empresa e não a Propeg.

Portanto, vale destacar que a Propeg, que tem Contratos Públicos e inúmeros clientes privados, não está sendo investigada na Operação ocorrida hoje em alguns estados.

Cumpre informar que a Propeg já está tomando as providências cabíveis e necessárias para desfazer este engano crasso por parte da Receita Federal.

Questionadas sobre o posicionamento da Propeg, a PF não se pronunciou até o momento. Já a Receita limitou-se a dizer  que ' o mandado foi cumprido exatamente no endereço que estava na decisão judicial'.