Número de mortos em casa de shows em Paris passa de 100, diz jornal

No Bataclan, se apresentava a banda americana Eagles of the Death Metal

  • D
  • Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2015 às 21:43

- Atualizado há um ano

Mais de 100 pessoas morreram na casa de show Bataclan, em Paris, na noite desta sexta-feira (13), segundo informações do The New York Times, citando fontes policiais. A polícia francesa invadiu o local - quatro terroristas se mataram com bombas quando os policiais entraram. Atentados aconteceram em outros pontos da cidade - houve mortos também em um restaurante cambojano, entre outros tiroteios, além de explosões próximas ao Stade de France - dois homens-bomba também se mataram perto do estádio. O total de mortos chega a 150, segundo agência - a polícia divulgou oficialmente 126. 

No Bataclan, se apresentava a banda americana Eagles of the Death Metal, formada por Josh Homme, do Queens of Stone Age, e Jesse Hughes. Homme não estava com o grupo durante a turnê europeia. A banda se pronunciou no Facebook. "Ainda estamos tentando determinar a segurança e localização de toda a banda e nossa equipe", diz a nota, que ainda deseja solidariedade aos envolvidos "na trágica situação". A mulher do baterista Julian Dorio disse ao The Washington Post que todos os membros da banda estão a salvo. "Estamos apenas segurando nosso fôlego e rezando por todos", diz. "Ele me ligou para dizer que me amava e estava bem. Todos que estavam no palco conseguiram sair".

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O Bataclan é um dos espaços mais famosos de Paris. A informação é de que cerca de mil pessoas estavam no local assistindo um show. Testemunhas que conseguiram sobreviver relataram um cenário de horror no Bataclan, descrevendo uma "carnificina" e "cenário de guerra" - os atiradores usavam metralhadoras AK 47 e por 15 minutos executaram pessoas que estavam na casa de shows.  O britânico Marc Coupris contou sua experiência ao Guardian. "Parecia com um campo de guerra, tinha sangue por todo lado, tinham corpos por todos os lados", contou. "Eles atiraram do terraço. Todo mundo se atirou no chão. Eu estava no chão com um homem em cima de mim e outro do meu lado, encostado na parede", recontou. "Não sei quanto tempo fiquei assim, mas pareceu uma eternidade (...) Pensei: estou acabado. Eu estava aterrorizado. Todos devem ter pensado a mesma coisa", acredita.

Um dos ataques ocorreu em um restaurante no centro da cidade e uma explosão foi registrada perto da entrada Stade de France, estádio de futebol de Paris, onde aconteceu um amistoso entre as seleções da França e da Alemanha. O presidente da França, François Hollande, foi retirado em segurança do local no segundo tempo. Torcedores não deixaram o estádio imediatamente depois da partida, sendo encaminhados para o campo. Durante o jogo, foi possível ouvir as explosões do lado de fora.

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O presidente Hollande chamou os ataques de "sem precedente". Ele fechou as fronteiras do país, mobilizou os militares do país e declarou estado de emergência. "Diante do terror, a França deve ser forte, deve ser grande, e as autoridades devem ser firmes. Nós seremos". Depois de visitar o Bataclan, o presidente foi duro contra o terrorismo. "Quero dizer que vamos liderar uma guerra contra o terror que será sem piedade", afirmou. "Quando terroristas são capazes de cometer estas atrocidades, eles devem saber que vão enfrentar uma França determinada, uma França, uma França que está junta e não vai se deixar levar", afirmou.

Líderes mundiais se solidarizaram com a França. O presidente Barack Obama chamou a França de "aliada mais antiga" do seu país e prometeu fazer todo o possível em busca de justiça. A presidente Dilma Rousseff afirmou estar "consternada" com os ataques e enviou solidariedade ao povo francês.