O futuro da Ford: veja quais são os veículos que a empresa vai comercializar no país

Conheça também qual será a nova concessionária Chevrolet em Salvador, a nova estratégia da Renault e relembre quais foram as montadoras que quase se instalaram em Camaçari

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  • Antônio Meira Jr.

Publicado em 16 de janeiro de 2021 às 07:00

- Atualizado há um ano

No começo da tarde de segunda-feira, uma decisão tomada em Dearborn, na região metropolitana de Detroit, abalou o Brasil e, principalmente, a Bahia. A decisão do encerramento da produção em Camaçari, veio da sede mundial da Ford nos Estados Unidos.

O mesmo anúncio também finalizou a operação em Taubaté (SP) e marcou o fechamento da Troller, no Ceará, para até o final do semestre. O fabricante já havia tomado a decisão de focar em picapes e SUVs há alguns anos. Mas haviam exceções, como o mercado europeu, que segue com veículos como Fiesta e Focus. No Brasil, o EcoSport seguiria, a nova geração era tocada como projeto BX755, e as negociações apontavam dois novos produtos nessa categoria: BX784 e BX785.

Infelizmente, empregos foram cortados e famílias terão sua renda comprometida. Mas a Ford irá continuar operando no mercado brasileiro. O centro de desenvolvimento de produtos, em Camaçari, irá trabalhar em projetos para a América do Sul e colaborar com outros mercados. O campo de provas em Tatuí, no interior de São Paulo, também será mantido. A sede administrativa continua em São Paulo.

DE AGORA EM DIANTE Com a saída do Ka, hatch e sedã, e do EcoSport, a Ford irá focar em produtos de maior valor agregado. Essa nova realidade certamente irá afetar a rede de concessionários, que terá que se adaptar - e possivelmente encolher. O novo portfólio irá contemplar uma van, a Transit. Ela será produzida no Uruguai e vai concorrer com Iveco Daily, Mercedes-Benz Sprinter e Renault Master.

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Dos Estados Unidos, trará a versão Mach 1 do Mustang, que foi anunciada em dezembro, e uma configuração híbrida plug-in do Escape, SUV do porte do Jeep Compass. Do México, chegará seu grande lançamento deste ano, o Bronco Sport, outro SUV. A correta precificação desses novos produtos vai ser fundamental para a rentabilidade da Ford como importadora.

Além disso, é esperada para o ano que vem, também via México, a picape Maverick. O utilitário ficaria abaixo da Ranger, concorrendo com a Fiat Toro e uma nova picape da Chevrolet. Há um terceiro produto mexicano: o Mach E, um SUV totalmente elétrico inspirado no Mustang.ALTOS E BAIXOS Instalada no país desde 1919, a Ford viveu altos e baixos no mercado brasileiro. De pioneira, chegou a se associar à Volkswagen em 1987. Essa parceria deu origem à Autolatina, que foi desfeita nove anos depois. Nos anos 2000 seu ponto alto foi o lançamento do EcoSport.

O veículo, produzido em Camaçari, deu origem aos SUVs compactos. Por mais de uma década o fabricante americano reinou sozinho nessa categoria. Mas o produto deixou de ser interessante com a chegada de outros concorrentes depois de 2015. Uma nova geração estava prevista para o final deste ano. Ficou só no projeto. O que a Ford assegura é a garantia e a reposição de peças para os veículos descontinuados.A SINA DE CAMAÇARI Camaçari tem uma sina complexa em relação ao setor automotivo. Em 1996, a Asia Motors, que na época produzia a van Towner, se comprometeu em produzir lá. No meio do caminho, a empresa entrou em concordata e posteriormente foi vendida. A fábrica ficou na pedra fundamental e a empresa deixou dívidas relativas a benefícios fiscais que começou a gozar a partir do momento que se comprometeu com o Governo da Bahia.CARRO ENTERRADO Outro fracasso foi com a chinesa JAC Motors. Em 2011, o fabricante anunciou que iria produzir em Camaçari e faria, à época, um investimento de R$ 1 bilhão. A promessa era produzir 100 mil veículos por ano e gerar 3,5 mil empregos diretos. Nenhum carro da marca foi produzido em Camaçari, mas em 2012 foi enterrado um J3 como capsula do tempo. Logo depois a empresa recolheu o veículo. Atualmente, nem concessionárias a JAC tem na Bahia.NOVA FILOSOFIA Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, apresentou o novo plano estratégico “Renaulution”, com o objetivo de mudar a estratégia do Grupo Renault de volumes para valor. A meta é que 35% das vendas em 2025 já sejam de modelos híbridos. Outro foco será no segmento C (de veículos com maior valor agregado), por ser mais lucrativo. 

A estratégia prevê o lançamento de cinco modelos nesta categoria até 2025, sendo que um deles é para os mercados emergentes. Enquanto isso, irá manter sua posição no segmento B, onde atua com o Sandero, com três novas ofertas até 2022 nos países emergentes e mais duas para a Europa. O Dacia Bigster Concept é o ponto inicial para a chegada de um SUV acima do Duster no Brasil (Foto: Dacia) EXPANSÃO BAIANA O Grupo GNC terá mais uma loja da Grande Bahia, que terá o complemento de “Sul”. A área de atuação dessa nova revenda será a mesma que era destinada à Frutos Dias, que deixará de existir. A previsão de abertura é para o começo do segundo trimestre.

Será a quinta concessionária Chevrolet do GNC na Capital, que já opera com duas unidades na Avenida Paralela, na Avenida Juracy Magalhães Júnior (Lucaia) e na Avenida Magalhães Neto (Pituba). Em Salvador, a marca da General Motors, atual líder de vendas no país, é representada ainda pela Columbia, que tem duas lojas, e pela Retirauto.EDIÇÃO ESPECIAL Para comemomar os 25 anos do Boxster, a Porsche preparou uma série especial limitada a 1.250 unidades. Essa edição faz referência aos vários recursos de design do carro-conceito Boxster, apresentado no Salão de Detroit de 1993.

A versão de produção foi lançada três anos depois com pouquíssimas alterações. A base da versão limitada é a GTS 4.0, que rende 400 cv de potência. No Brasil, o carro esporte vai custar a partir de R$ 605 mil e já pode ser encomendado. O Boxster está completando 25 anos e a Porsche criou uma versão especial limitada (Foto: Porsche) APOSTA ELÉTRICA A General Motors revelou essa semana a Ultium. Essa plataforma é uma combinação de arquitetura de bateria inovadora, sistemas de propulsão elétrica altamente flexíveis e uma célula de bateria comum que fornecerá energia a diversos modelos elétricos. Irá atender as marcas Buick, Cadillac, Chevrolet e GMC. A General Motors apresentou uma plataforma que poderá ser utilizada em vários veículos elétricos (Foto: GM) SI, O CIVIC ESPORTIVO Rodei nos últimos dias com a versão coupé do Civic. Essa variante tem motor 1.5 litro turbo, que rende 208 cv de potência e 26,5 kgfm de torque, e transmissão manual de seis velocidades. Dê play e confira. A parte dinâmica da avaliação foi feita no Kartódromo Ayrton Senna, em Lauro de Freitas