O início de temporada que já dura uma eternidade

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  • Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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É nítido que Enderson Moreira e Marcelo Chamusca ainda não conseguiram fazer com que suas equipes engrenem na temporada. Prova disso foram os empates diante de Fortaleza e Juazeirense, respectivamente, no último fim de semana, ambos longe de Salvador. O Bahia enfrentou um adversário de Série A e, por pouco, não sai derrotado. O Vitória penou para conseguir jogar no gramado sofrível do estádio Adauto Moraes, em Juazeiro.

É até compreensível se pensarmos que a temporada ainda está no início e não dá para exigir que os times estejam prontos. É louco pensar que, com cerca de um mês e meio de bola rolando no país, o tricolor já tenha entrado em campo 13 vezes e que o rubro-negro tenha feito 11 jogos. No ritmo desse calendário frenético, a impressão que fica é de que as equipes estão jogando há muito mais tempo. É praticamente uma partida a cada três dias.

O fato é que o futebol não espera. Independentemente do pouco tempo para extrair o melhor dos seus times, Enderson e Chamusca precisam correr contra o tempo se não quiserem ficar pelo caminho em competições que são importantes para os clubes, como aconteceu com o Vitória na Copa do Brasil e com o Bahia na Sul-Americana. O prejuízo de ser eliminado precocemente desses torneios é enorme, tanto esportivamente quanto na parte financeira.

De maneiras distintas, as eliminações pressionam os clubes, e os alvos são diferentes. No Bahia, quem está na linha de frente é o treinador, porque entende-se que foi dado a ele um elenco qualificado, com diferentes opções para cada setor do campo, por isso é ele quem precisa fazer a engrenagem funcionar. Não à toa Enderson Moreira, em suas duas últimas entrevistas coletivas, fez críticas direcionadas à imprensa. No Uruguai, disse que a mídia esportiva do país não entende o calendário. Em Fortaleza, queixou-se que brasileiro tem memória curta.

Parece-me que falta ao técnico tricolor uma boa dose de humildade. Custa fazer uma autoanálise do trabalho e admitir que o encaixe do time não aconteceu no prazo necessário? O Bahia foi eliminado na primeira fase de uma competição que era tratada com grande expectativa. O calendário é cruel, mas é cruel todos os anos. Não dá para montar nessa justificativa o tempo inteiro. É preciso reconhecer que Enderson está tentando fazer a equipe evoluir: mudou peças, sacou Guilherme, apostou em Ramires e Shaylon; mas é preciso mudar o discurso também.

No Vitória, Marcelo Chamusca até comprou briga com a imprensa, porém recuou e quem volta para o centro das atenções é Ricardo David, muito criticado desde o rebaixamento para a Série B. Assim como aconteceu na temporada passada, o presidente voltou a fraquejar na montagem do elenco e vai precisar retornar  ao mercado. Chamusca não consegue tirar leite de pedra e já avisou que essa não será a equipe que começará a Série B.

Convém lembrar que, antes da segundona, o Vitória tem que dar uma resposta na Copa do Nordeste e no Campeonato Baiano. Se sair de mãos abanando das duas competições, ou pior, cair antes das finais, a equipe já entrará pressionada na competição nacional. O torcedor rubro-negro não aguenta mais tanto sofrimento. 

Rafael Santana é repórter do Globoesporte.com e escreve às quartas-feiras.