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Miro Palma
Publicado em 30 de maio de 2018 às 05:00
- Atualizado há um ano
Seria muito injusto chamar o Cleveland Cavaliers de time de um homem só. Afinal, nenhuma equipe chega a sua quarta final consecutiva na NBA tendo apenas um jogador. Mas, quando vemos LeBron James em quadra, parece que todos os outros atletas estão apagados. É como se suas mãos tivessem uma força magnética que sempre empurra a bola cesta adentro.
No último domingo, no jogo contra o Boston Celtics, que garantiu a vitória na final da Conferência Leste e a vaga na decisão da NBA, ele mostrou – mais uma vez – por que carrega a alcunha de “rei”. Foram 35 dos 87 pontos conquistados pelos Cavs marcados pelo rei, contra os 79 de todo o Celtics. Além de 15 rebotes e nove assistências. Metade das cestas convertidas pelo time passou por suas mãos.
É claro que nada disso garante o título. O Cleveland não era esperado nessa final e não é nem de longe o favorito. Ainda mais porque tem pela frente o Golden State Warriors com Stephen Curry, Kevin Durant e companhia, que rivalizam, também pela quarta vez consecutiva, a disputa pelo troféu Larry O’Brien e os anéis de campeões.
O saldo até o momento está maior para os ‘Guerreiros’, que levaram dois títulos, enquanto o Cleveland ficou com um dos últimos três em que se enfrentaram. No entanto, o time de Ohio tem o melhor trunfo: LeBron. O jogador não sabe o que é assistir à final da NBA do sofá de casa há oito anos. Assim como ele, apenas seis jogadores conseguiram o feito ou o superaram em toda a história da liga. E isso, senhoras e senhores, não é pouca coisa.
LeBron inspira confiança, experiência, espanto. Ele consegue dar um toco em uma bola quase convertida em cesta, dar uma assistência e entregar a bola de bandeja para o companheiro acertar ou ainda realizar um passe sem sequer olhar para o outro jogador. E as cestas, então? Ele faz três pontos como se estivesse mirando uma bolinha de papel em uma lixeira a meio metro de distância. LeBron faz o basquete parecer fácil. Mas, não é. E é justamente isso que torna sua carreira ainda mais mítica.
Com 33 anos, o ala sedimenta seu nome, não só no basquete, mas em um distinto clube de atletas extraordinários. Esportistas fora da curva, que vão além, que marcam a história. Recentemente, o colunista do Uol, Giuliano Zanelato, o comparou a Cristiano Ronaldo. Muito pertinente, a comparação analisava o período marrento de ambos quando ainda não haviam chegado ao auge e suas persistências em se tornarem jogadores cada vez melhores.
Concordo com Giuliano e acrescento um pouco mais: assim como Cristiano Ronaldo no futebol, Rafael Nadal no tênis ou Michael Schumacher na Fórmula 1, por exemplo, LeBron James buscou incansavelmente alcançar o melhor nível. Não nasceu com o dom excepcional, e sim o conquistou em um esforço determinado. E depois o superou. LeBron, enquanto atleta, é o resultado do êxito humano sob a utopia. E só por isso, com ou sem mais um título, ele já é parte importante da história.
*Miro Palma é subeditor do Esporte e escreve às quartas-feiras