OAB identifica 16 dos mortos em operação no Jacarezinho, no Rio

Ação mais letal da história da cidade; ao todo, 25 morreram

  • D
  • Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2021 às 12:34

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Pimentel/AFP

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) identificou 16 dos mortos na operação policial do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Foram 25 mortos no total, nesta que se tornou a ação mais letal da história da cidade.

A advogada Patrícia Félix, da comissão, acompanha os familiares, que aguardavam para fazer reconhecimento dos corpos no Instituto Médico Legal (IML), segundo o Uol.

Todos os identificados são homens, com idades de 18 a 41 anos. Veja:

Carlos Ivan Avelino da Costa Junior, 32 anos Cleiton da Silva de Freitas Lima, 27 anos Francisco Fabio Dias Araújo Chaves, 25 anos Jhonatan Araújo da Silva, 18 anos John Jefferson Mendes Rufino da Silva, 30 anos Jonas do Carmo, 31 anos Isaac Pinheiro de Oliveira, 22 anos Márcio Manoel da Silva, 41 anos Marlon Santana de Araújo, 23 anos Maurício Ferreira da Silva, 27 anos Natan Oliveira de Almeida, 21 anos Rai Barreto de Araujo, 19 anos Richard Gabriel da Silva Ferreira, 23 anos Rômulo Oliveira Lucio, 20 anos Toni da Conceição, 30 anos Wagner Luis de Magalhães Fagundes, 38 anos

A comissão vai prestar apoio jurídico às famílias e acompanhar a investigação do caso. Um ofício foi protocolado pedindo que fotos panorâmicas sejam feitas dos corpos, o que pode ajudar em uma perícia independente à do Estado.

"Moradores relatam que a polícia entrou em casas e que não houve resistência em algumas casas. Foi um banho de sangue. As famílias falam que muitos se entregaram e foram assassinados", diz a advogada. 

Operação mais letal do Rio A operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro no Jacarezinho, zona norte da capital fluminense, contra o tráfico de drogas na região, acabou se transformando num massacre e mais uma mancha na imagem do país com repercussão internacional.

Até as 15h45, quando a operação iniciada pela manhã ainda continuava, eram pelo menos 25 mortos, já aparecendo como a ação policial mais letal da história do Rio, seguno levantamento feito pelo G1, com informações do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da plataforma Fogo Cruzado.

Um dos mortos foi o policial civil André Leonardo de Mello Frias, da Delegacia de Combate à Drogas (Dcod). Segundo a Polícia Civil, os outros 24 assassinados são suspeitos de integrar o crime organizado, embora as identidades ou circunstâncias das mortes ainda não tenham sido reveladas.

Ao G1, o sociólogo Daniel Hirata, do Geni/UFF, classificou a operação como inaceitável e disse que é mais grave do que chacinas como a de Baixada Fluminense, em 2005, ou a de Vigário Geral, em 1993.

“Foi a operação mais letal que consta na nossa base de dados, não tem como qualificar de outra maneira que não como uma operação desastrosa. (...) É uma ação autorizada pelas autoridades policiais, o que torna a situação muito mais grave”.