Ocupação de leitos clínicos infantis para covid-19 atinge 100% em Salvador

Prefeitura diz que abrirá novos leitos e afirma que não faltará atendimento na capital

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  • Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2020 às 18:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo CORREIO

A taxa de ocupação de leitos clínicos infantis para tratamento de crianças com covid-19, em Salvador, atingiu 100% nesse fim de semana. A informação foi divulgada pelo secretário municipal de Saúde, Léo Prates, em entrevista ao Jornal da Manhã (TV Bahia), nesta segunda-feira (19). Pouco depois, em um evento, o prefeito ACM Neto comentou o dado, disse que existe um plano de contingência elaborada pelo município e afirmou que não vai faltar leito para as crianças na capital.

O número de crianças internadas com a doença vem crescendo nas últimas semanas. O secretário contou que todos os leitos clínicos estão ocupados, mas que dez novas acomodações serão disponibilizadas no Hospital Martagão Gesteira. Já a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está próxima de 60%.

“A gente está com leitos de enfermaria em 100%. Nós acompanhamos isso durante todo fim de semana. Lembrando que a criança que está internada em leito de enfermaria é uma criança com menor gravidade, o que é uma boa notícia. Os leitos de UTI estão sob controle, em 59%, abaixo de 60%”, disse o secretário. Prefeito comentou sobre o assunto durante a entrega de uma geomanta (Foto: Divulgação) ACM Neto comentou o caso durante a entrega de uma geomanta nas proximidades do Dique do Tororó, nesta segunda (19). Ele disse que é mais fácil abrir novos leitos clínicos do que de UTI, frisou que foi ele quem divulgou o crescimento no número de casos na semana passada e afirmou que esse aumento tem relação direta com o comportamento das famílias no fim de semana, quando o relaxamento das medidas de proteção são maiores. O prefeito enfatizou que não há motivo para pânico.

“Nós não teremos colapso. Não faltará leitos para atender as crianças, mas não teremos colapso porque a Prefeitura já preparou um plano de contingência para incluir novos leitos clínicos e de UTI, caso necessário seja, para atender as crianças”, afirmou.

Neto criticou as aglomerações que aconteceram no fim de semana, em especial a festa do tipo paredão que foi realizada no bairro do Arenoso na madrugada de domingo (18), e afirmou que mandou interditar uma casa de show na Ribeira pelo mesmo motivo. Ele pediu a colaboração da população.

“Esse controle [da taxa de ocupação] não pode se dar apenas pelo aumento na oferta de leitos, tem que se dar também pela contenção do número de casos. E como as crianças acabam tendo uma postura que, na verdade, é reflexo das suas famílias, o apelo fica para quem? Para a criança? Não. O apelo fica para os pais, os familiares, os responsáveis pelas crianças”, apontou o prefeito.

Pacientes comuns O secretário Léo Prates contou que está preocupado, também, se houver uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus em Salvador, porque parte dos leitos que seriam usados para atender esses pacientes está ocupada por pessoas com outros tipos de comorbidades. São pacientes que não se cuidaram durante o período mais crítico na pandemia e que, agora, resolveram procurar as unidades de saúde.

ACM Neto lembrou que a Prefeitura fez um movimento de conversão de leitos, que estavam inicialmente dedicados ao tratamento de pessoas com covid-19, para atender as pessoas que têm outras comorbidades e que o Município tem realizado adequações para atender a todos. Ele avaliou que uma segunda onda de contaminação é preocupante, pediu novamente a colaboração da população e não descartou a possibilidade de ter que fechar tudo de novo.

“O sistema é um só. Não interessa se o paciente está de covid-19 ou se tem outra comorbidade. Se ele precisar de internamento, ele vai bater na UPA ou em um hospital. Por isso, a atenção nossa tem que ser total, máxima e absoluta. Agora, não vamos criar pânico. Existe um problema que é real. Uma segunda onda da covid-19 seria dramática para todos. Eu venho alertando isso há muito tempo e, por isso, a reabertura não pode acontecer de qualquer jeito”, afirmou.

Em Salvador, por conta da pandemia, um decreto municipal proíbe grandes aglomerações e permite apenas eventos que tiverem no máximo 100 pessoas. Na festa do Arenoso havia, segundo a Secretaria de Segurança Pública, cerca de 3 mil foliões aglomerados, sem máscara e compartilhando copos com bebida.