Odoyá! Confira nossa cobertura especial da Festa de Iemanjá 2019

CORREIO acompanha as celebrações do Dois de Fevereiro desde a véspera

  • D
  • Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 22:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO

O Rio Vermelho virou um mar de gente no Dois de Fevereiro. Aliás, a onda de fé em Iemanjá, a Rainha do Mar, deságuou já na véspera e, por isso, o CORREIO iniciou a cobertura da festa popular para a orixá, esse ano, na noite anterior aos festejos oficiais, quando “Dandalunda, Janaína, Marabô, Inaê, Sereia, Mucunã, Maria, Princesa de Aiocá”, enfim, dona Iemanjá já começava a ser homenageada por milhares de pessoas. A cobertura iniciada na noite de sexta (1º) seguiu durante todo o sábado (2), com informações sobre a festa, serviços essenciais (segurança, transporte, trânsito, saúde) e curiosidades, além das personagens que fazem da Festa de Iemanjá uma das mais tradicionais e importantes manifestações religiosas e culturais da Bahia.

Veja como foi o dia de homenagens a Iemanjá:

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Presente nas mãos da Rainha

17h - Dentro de uma concha imponente, coberta de flores e feita de papel reciclado, a imagem da Rainha do Mar aparecia de braços abertos “para representar o aconchego de mãe”, justificou a ialorixá Mãe Jacira de Obaluaê, 66 anos, responsável pelo presente oferecido todos os anos pelos pescadores do Rio Vermelho. No final da tarde, o presente oferecido pelos pescadores a Iemanjá foi colocado no mar. (Foto: Marina Silva/CORREIO) ***

Virou Carnaval!

16h30 - Empurra-empurra, aperto, bandinhas e fanfarras, além de gritos de "ó o gelo" pedindo passagem na multidão. "Tô aqui no arrastão", gritou uma mulher ao telefone, enquanto dançava segurando a cerveja. Desavisados poderiam até confundir a festa de Iemanjá com o Carnaval, afinal o clima profano tomou conta da celebração sagrada assim que as oferendas foram entregues no mar. Teve até desfile dos Filhos de Gandhy. (Foto: Marina Silva/CORREIO) ***

Vida no mar

16h - Daninha tem 37 anos e vive da pesca desde os 14 anos. Ela é a única mulher cadastrada na Colônia de Pescadores do Rio Vermelho e tem orgulho de dizer que também é a única do Brasil em outro aspecto: "Sou a única mulher do Brasil que passa três/quatro dias no mar pescando sozinha. O mar é minha vida e Iemanjá é minha mãe", conta. "O mar é minha vida e Iemanjá é minha mãe", diz Daninha, única mulher cadastrada na Colônia de Pescadores do Rio Vermelho (Foto: Jorge Gauthier/CORREIO) ***

Prepara!

15h45 - Pescadores se preparam para colocar no mar o presente de Iemanjá de 2019. A responsável por ele, este ano, é a ialorixá Mãe Jacira de Obaluê.

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Quebra a cana! 

E, entre fé e festa, roda de capoeira também é atração

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Trânsito complicado

13h - Por conta da Festa de Iemanjá, que acontece na região do Rio Vermelho, o tráfego encontra-se com lentidão em toda extensão da Avenida ACM (sentido Rio Vermelho) desde as imediações do GBarbosa; Avenida Vasco da Gama (sentido Rio Vermelho), com reflexos na região do Dique; e Avenida Anita Garibaldi (sentido Lucaia). A Transalvador alerta aos condutores que, se possível, evitem transitar por estas regiões até que o fluxo seja normalizado. Trânsito está lento na Avenida Cardeal da Silva no sentido Rio Vermelho; carros estão andando a 5km/h (Foto: Jorge Gauthier/CORREIO) Quem disse que engarrafamento é estressante? Quem está seguindo pela Avenida Cardeal da Silva já vai se animando com o Bloco Zumbulada... Tem gente descendo do carro e seguindo o grupo pra já ir esquentando a parte profana da festa. Dá o play para ver o congestionamento virou folia!

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Protesto em meio à festa Aprovados em concurso e ainda não nomeados aproveitaram a festa para protestar / Foto: Divulgação  Um grupo de aprovados em concurso público para o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) realizou um protesto durante a Festa de Yemanjá. Uma dos motivos do ato é a desativação de comarcas no interior do estado. Os aprovados do concurso também fizeram um apelo ao TJBA para que os servidores aprovados sejam convocados. 

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Já é Carnaval no Rio Vermelho! No início da tarde, "foliões" já tomam as ruas do rio vermelho para iniciar a parte profana da festa de Iemanjá (Foto: Luan Santos/CORREIO) ***

Outro 2 de fevereiro

Noite do dia 1º lota ruas, bares e praia do Rio Vermelho. Bem antes do amanhecer do 2 de fevereiro, na tarde do dia anterior, o Rio Vermelho já começava a ser o cenário de outra festa de Iemanjá, só que no dia 1º. Quando a noite chegou as ruas já estavam lotadas, os bares cheios de atrações e clientes, a praia repleta de gente, sem falar nas manifestações religiosas na areia e oferendas sendo lançadas no mar. De uns anos para cá, iniciativas de artistas, estabelecimentos e comunidades têm antecipado cada vez mais as homenagens e festejos. Há quem diga que as festas no dia 1º são na verdade uma tradição que havia se perdido e agora volta com tudo. Leia reportagem do repórter Alexandre Lyrio.

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Vão de bike!

12h20 - O casal Jorge e Lília Fortuna pedalaram da orla de Armação até o Porto da Barra e, na volta, aproveitaram para dar uma parada no Rio Vermelho e conferir a festa.  "Paramos perto da Casa de Iemanjá e ficamos observando a festa, as pessoas levando as oferendas para Iemanjá, só não ficamos mais tempo porque o sol estava muito forte", contou Jorge (Foto: Acervo pessoal) ***

Pequena sereia

Quem fez sucesso na passagem pelo Rio Vermelho foi a pequena Maya Leite Gomes, 3 anos. Ela foi saudar a Rainha do Mar fantasiada de sereia junto com mãe, a educadora física Débora Leite, 35. "Ela levou flores pra Iemanjá e parou o Rio Vermelho, todo mundo disse que ela estava linda", conta a mãe. Elas vão juntas para a festa desde que Maya tem 1 ano. "Ela adora, fica encantada", completa. (Foto: Acervo pessoal) Mamãe Débora e mini sereia Maya (Foto: Acervo pessoal) *** ***

Sol tinindo

10h40 - ... E e a praia continua lotada! (Foto: Luan Santos/CORREIO) ***

Gringos no Red River

10h - O casal norte-americano Samuel Whitney e Jack Kippers participou pela primeira vez da festa. eles já vieram a salvador em outras oportunidades, mas não conheciam a tradição da festa de iemanjá.  "É algo impressionante, essa quantidade de pessoas, essa coisa de jogar flores no mar", disse Jack (Foto: Luan Santos/CORREIO) ***

Guia de Conduta: o que fazer (ou não fazer)?

E se você não conhece muito das religiões que cultuam Iemanjá, a Mãe Jacira de Obaluaê, ialorixá responsável pelo presente oficial da festa, deu algumas orientações, a pedido do CORREIO. 

Flores no mar – O presente mais tradicional pode ser ‘depositado’ ou jogado. Há quem diga que as flores devem ser entregues de maneira cuidadosa, como se estivessem sendo colocadas no mar. 

Mãe Jacira, no entanto, acredita que não faz muita diferença. Com a grande quantidade de pessoas que vai à festa, pode ser difícil encontrar um lugar no mar para deixar as flores com cuidado. “O mais importante é o pensamento com que você vai fazer isso, se vai fazer as coisas com amor, com fé. A flor vai ser aceita da mesma forma. O que Iemanjá quer da gente é o respeito no coração. Se cada um for entregar uma flor com o coração aberto, tudo fica bonito”, diz ela.  A forma como a flor é entregue pode variar, mas o que importa, para Iemanjá, é o sentimento no momento (Foto: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO) Sem espinhos – Ao mesmo tempo, o ideal é que os espinhos das flores sejam retirados. “Os espinhos machucam. Você acha que isso está agradando? A gente não deve levar nada que machuca”, enfatiza. 

Da mesma forma, as flores não precisam ser enroladas em fitas, nem em papel, para evitar jogar, no mar, materiais que demoram a se decompor. 

Sem vidro – Quem quiser presentear o orixá com perfumes deve depositar o líquido do perfume no mar e recolher o frasco. No balaio que vai para o mar, ela orienta as pessoas que chegam para depositar os presentes. Os frascos que ficam são repassados à cooperativas de reciclagem.  Os perfumes devem ser retirados dos frascos (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) Materiais de plástico, como pentes, também devem ser evitados. 

Fantasia de Iemanjá – Mãe Jacira acredita que não é ofensivo se vestir de Iemanjá. Pode ser, inclusive, uma forma de respeito. “O que importa é o sentimento de cada um”. 

Fantasia de Sereia – Ela é bem enfática ao dizer: Iemanjá não é uma sereia. “Se é da vontade de cada um, a gente está num país livre e os orixás perdoam. Talvez não seja a maneira mais correta, mas é uma maneira de mostrar seu respeito. Então, a gente não pode condenar”, pondera. 

Fotografar ou filmar pessoas incorporadas – Nesse caso, cada terreiro tem seu próprio posicionamento. A orientação da Ialorixá é que, para evitar constrangimentos, quem estiver interessado em documentar o momento pergunte aos membros da casa se teria autorização. 

Colocar música ou banda junto às manifestações religiosas – É a mesma situação das imagens. “Depende de cada terreiro, cada dirigente. Iemanjá é amor, é alegria. O que ela quer de nós que frequentamos é o nosso coração limpo e uma mensagem de paz, de fé, amor e alegria”. 

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Abordagens intensificadas

9h30 - Segundo informações da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), os festejos para a Rainha do Mar neste sábado (2) iniciaram com tranquilidade. A PM montou um esquema de revista nos principais acessos ao Rio Vermelho para localizar possíveis atividades delituosas e apreensão de drogas e armas.  (Foto: Vitor Barreto/Divulgação) Já a Polícia Civil montou um posto especial no Largo de Santana, além de reforços na 7° Delegacia Territorial (DT) unidade que atende a área onde acontece o evento. O Corpo de Bombeiros Militar está atuando com o efetivo de 180 guarda-vidas nas areias do Rio Vermelho (Foto: Vitor Barreto/Divulgação) ***

Do livro Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi "Iemanjá é dona de rara beleza e, como tal, mulher caprichosa e de apetites extravagantes.

Certa vez saiu de sua morada nas profundezas do mar e veio à terra em busca do prazer da carne. Encontrou um pescador jovem e bonito e o levou para seu líquido leito de amor.

Seus corpos conheceram todas as delícias do encontro, mas o pescador era apenas um humano e morreu afogado nos braços da amante.

Quando amanheceu, Iemanjá devolveu o corpo à praia. E assim acontece sempre, toda noite, quando Iemanjá Conlá se encanta com pescadores que saem em seus barcos e jangadas para trabalhar.

Ela leva o escolhido para o fundo do mar e se deixa possuir e depois o traz de novo, sem vida, para a areia. As noivas e as esposas correm cedo para a praia esperando pela volta de seus homens que foram para o mar, implorando a Iemanjá que os deixe voltar vivos. Elas levam para o mar muitos presentes, flores, espelhos, perfumes, para que Iemanjá mande sempre muitos peixes e deixe viver os pescadores.

Elas levam para o mar muitos presentes, flores, espelhos e perfumes, para que Iemanjá mande sempre muitos peixes e deixe viver os pescadores."

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Brumadinho, presente!

8h56 - Grupo protesta contra a mineradora Vale, que teve barragem rompida em Brumadinho (MG), causando a morte de pelo menos 115 pessoas na última semana. (Foto: Luan Santos/CORREIO) (Foto: Luan Santos/CORREIO) *** ***

Vai à festa de Iemanjá no Rio Vermelho? O CORREIO preparou um guia indicando onde estão os principais serviços, eventos e dicas da festa. Tudo o que você precisa saber está aqui

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ACM Neto: 'Que elas nos traga proteção e axé'

7h40 - Com foto aérea da festa popular, o prefeito ACM Neto sauda Iemanjá nas redes sociais. Ele se programou para participar da entrega do presente principal, que acontece por volta das 15h30. Dia de agradecer a Iemanjá e pedir que ela nos traga proteção e muito axé. Odoyá! #Iemanja #Yemanja #2defevereiro, escreveu ACM Neto ***

Turistas encantados

7h30 - O casal de turistas gaúchos Marcelo Vial, 47, e Márcia Vignoli, 47, vieram pela primeira vez para a festa. chegaram ao Rio Vermelho, às 5h30, e se encantaram. "É uma festa muito bonita, com rito bem fortes e interessantes", disse Marcelo (Foto: Luan Santos/CORREIO) ***

"Vivemos, trabalhamos, lutamos nas cidades, sentimos amor, rancor e cansaço, mas, em nossa ancestralidade, nunca deixaremos de ser peixes. Filhas e filhos da grande mãe primordial, a rainha do mar, Iemanjá", diz a ialorixá do Axé Abassá de Ogum, Jaciara Ribeiro, em artigo publicado no CORREIO. Leia completo aqui.

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Do livro Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi

"Dia houve em que todos os deuses deveriam atender ao chamado de Olodumare para uma reunião.

Iemanjá estava em casa matando um carneiro, quando Legba chegou para avisá-la  do encontro.

Apressada e com medo de atrasar-se e sem ter nada para levar de presente a Olodumare, Iemanjá carregou consigo a cabeça do carneiro como oferenda ao grande Pai.

Ao ver que somente Iemanjá trazia-lhe um presente, Olodumare declarou: "Awoyó orí dorí re" - "Cabeça trazes, cabeça serás."

Desde então Iemanjá é a senhora de todas as cabeças."

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Olha o balaio!

7h20 - Devotos capricham nos presentes, com flores, espelhos, perfumes, para que Iemanjá mande sempre muitos peixes e deixe viver os pescadores. (Foto: Luan Santos/CORREIO) ***

Pedidos e mais pedidos para a Rainha do Mar

7h - Sete da matina e a fila para entrega dos presentes não tem fim! Devotos formam longa fila para deixar flores ao longo do presente (Foto: Luan Santos/CORREIO) Mar de gente sauda a Rainha do Mar (Foto: Luan Santos/CORREIO) ***

Presente principal traz mensagem de paz: 'É preciso lembrar de Brumadinho'

6h30 - A festa da Rainha do Mar começou na sexta-feira (1º), às 7h, quando o caramanchão da Colônia de Pescadores Z-1 foi aberto para os presentes dos devotos. Enquanto os devotos chegam sem parar no local, o presente principal já está sendo montado na manhã deste sábado (2). A saída do presente principal deve acontecer entre 15h30 e 16h. As rosas brancas simbolizam um pedido de paz, segundo o babalorixá Tiago dos Anjos: "Neste momento, o mundo precisa de paz, de felicidade. É preciso lembrar o que aconteceu agora em Brumadinho e pedir paz" (Foto: Luan Santos/CORREIO) *** ***

Sereia!

6h10 - A funcionária pública Talma Silva, 45, repete há 25 anos a tradição de ir à festa com uma roupa pedida por Iemanjá.  "Venho mais para agradecer do que para pedir. ao longo do ano, meus pedidos são sempre realizados", conta (Foto: Luan Santos/CORREIO) ***

Odoyá CORREIO: playlist reúne músicas que celebram Iemanjá

Quer entrar no clima do 2 de fevereiro? O CORREIO selecionou, em 2017, mais de 20 canções que celebram a rainha do mar. A playlist completa está no Spotify.

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Já é de manhã?

06h - E nem parece que já é dia no Rio Vermelho. Com ruas lotadas, religiosidade se mistura à festa profana, embalada por muita música e cerveja no bairro boêmio da capital baiana.

Performance-oferenda Lavagem, do grupo Gameleira Integra: intervenção aconteceu às 6h da manhã, saindo do Lalá Multiespaço até a praia do Rio Vermelho (Foto: Mídia Ninja/Reprodução/Instagram) ***

Odoyá!

05h31 - Religiosidade se mistura à festa profana. Manifestações religiosas de todos os tipos e lugares!  Areias do Rio Vermelho tomadas de pessoas, que enchem a praia desde a madrugada para saudar Iemanjá (Foto: Luan Santos/CORREIO) Há quem prefira pegar um barco e levar os presentes até o mar. O serviço custa, em média, R$ 10  por pessoa, mas pode variar a depender da quantidade de pessoas à bordo (Foto: Luan Santos/CORREIO) ***

Amanheceu...!

O Rio Vermelho amanheceu por volta das 5h cheio e musical. O canto da sereia atraiu a todos para a praia. Seja de religiões de matriz africana ou não, muita gente se aproximou o máximo que pôde das águas para depositar flores e outros presentes para a Rainha do Mar. (Foto: Anderson Simplício/@belezas.suburbio/Reprodução) "Iemanjá nos presenteou com este amanhecer às 5h", escreveu a jornalista Naiana Leone (Foto: Reprodução/Instagram) ***

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Quer curtir as 'festas dentro da festa'?

De estilos e preços variados, as opções para curtir o Dia de Iemanjá em Salvador são muitas. Tem samba, MPB, rock, rap, axé, pagode...Quem quiser chegar para o almoço, garante a feijoada em muitas delas -  é que o prato reina absolto nas festas pagas que acontecem no bairro. Alguns dos eventos também incluem shows musicais com nomes como Carlinhos Brown, Claudia Leitte, Carla Cristina, Jorge Aragão, Jau e Psirico.

Pelo oitavo ano consecutivo, o Festival Oferendas, por exemplo, segue sendo uma das ótimas opções da data. Aliás, esse é um dos eventos que começaram já nesta madrugada. Promovido pelo Lálá Multiespaço em parceria com dezenas de artistas e colaboradores, o festival promove uma série de apresentações gratuitas na varanda da casa, que vira um palco voltado para a rua. Entre os pontos altos do evento estão o shows de Marcia Castro, que recebe como convidados Romero Ferro e Mariana Aydar, às 2h de sexta-feira para sábado, e de Alice Caymmi, às 18h do sábado (2). Alice Caymmi é atração gratuita do Festival Oferendas, às 18h de sábado (2) (Foto: Divulgação) Veja outras festas aqui

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Lacração das divas!

3h40 - Tem drag na festa de Iemanjá! Nágila GoldStar é uma das estrelas da festa IemanDivas, que aconteceu no Refúgio Coworking, no Rio Vermelho. Os shows começaram às 23h e vairaram a madrugada do dia 2 de fevereiro. Também perfomaram Diva Box, Rainha Loulou, entre outros convidados.

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Madrugada de fé e festa

2h45 - Rio Vermelho já está lotado para saudar a Rainha do Mar, Iemanjá! (Foto: Reprodução/Instagram) Enquanto isso, a Casa de Iemanjá se enchendo para as oferendas (Foto: Mídia Ninja/Reprodução/Instagram) Devotos deixam presentes para a Rainha do Mar na Colônia Z1 (Foto: Mídia Ninja/Reprodução/Instagram) ***

Oxum no Dique

2h30 - Antes de saudar Iemanjá no Rio Vermelho, muitas pessoas vão até o Dique do Tororó com flores e perfumes pra saudar Oxum. Foto: Jorge Gauthier/CORREIO "Eu senti a vontade de me conectar com Oxum antes de Iemanjá. Acho que é uma forma de me encontrar de forma ampla com as duas orixás que dividem a minha cabeca", destaca Otacília Novaes, 65, que veio do Rio de Janeiro para as celebrações.

No Candomblé, Oxum é filha de Iemanjá e Oxalá. Oxum é divindade de água doce e da fertilidade. Existem itãs (histórias) que contam que Oxum já deixou toda uma região infértil e sem água por não ter sido convidada para uma festa que só entrariam orixás homens. Desde então, começaram a presentea-lá como pedido de desculpas e permitiram a entradas das orixás femininas na festa. Faz parte do fundamento reverênciá-la primeiro por respeito e depois a Iemanjá, a Rainha do Mar.

1h20 - Regina Let's Go!

Cortejo Afro com Regina Casé à frente desfila em direção ao Largo de Santana. Grupo saiu do Morro da Paciência, onde Caetano Veloso tem uma casa. O publicitário baiano Nizan Guanaes era um dos mais animados da turma: não parava de cantar "minha jangada vai sair pro mar".

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Estrela do mar

0h30 -Contumaz frequentadora da Festa de Iemanjá, a atriz Camila Pitanga, filha do ator baiano Antônio Pitanga, é tietada na Rua da Paciência, enquanto aguarda a saída de um cortejo. Simpática, cede aos pedidos de selfie da galera. (Foto: Leitor CORREIO) ***

"Lá pelo início do século XX, quem vivia do mar, no Rio Vermelho, assumia um compromisso: pela proteção e garantia do retorno para casa, pescadores se juntavam e presenteavam a Mãe D’Água. Antes do Carnaval, bem no meio da festa de Sant’Ana, que já tinha igreja e tudo, eles deram início a uma das tradições mais fortes da Bahia e do Brasil: homenagear Iemanjá no dia 2 de fevereiro. 

Em 1930, quando um padre bateu o pé e disse que não queria mais saber de presentes para “uma mulher com rabo de peixe” durante a festa de Sant’Ana, o destino foi selado: os pescadores se recusaram a abandonar as oferendas. Quem saiu, no fim, foi a Igreja Católica. Desde então, a Igreja de Sant’Ana fica fechada na data. 

De lá para cá, a festa de Iemanjá mudou, cresceu e se consolidou. Hoje, é a única, entre as grandes celebrações populares da cidade que não tem ligações com o sincretismo religioso. Só ela festeja exclusivamente um orixá."

Da reportagem de Thais Borges, publicada nessa sexta (1º) no CORREIO.

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DJs na Paciência

23h45 - DJs começam a tocar em frente ao Lalá Multiespaço, na Rua da Paciência, que está entupida. Por ser num final de semana, a festa promete ser uma das mais cheias dos últimos anos. Turma já chegou chegando antes da hora. Foto: Alexandre Lyrio/CORREIO ***

Carrinho de café cultural

23h30 - Há nove anos, a produtora cultural Ana Dumas, 55, reúne intelectuais, jornalistas e artistas para uma homenagem a Iemanjá. Puxado por um carrinho de café que toca clássicos da MPB, eles saem da Rua Fonte do Boi e vão cantando e bebendo até a Colônia Z1. "A galera sente a vibe positiva e a cada ano o grupo tem aumentado. Aliás, a noite do dia 1º tá se tornando uma festa bem interessante e nós contribuímos para isso", comenta ela.

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Do livro Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi

"Iemanjá vivia sozinha no Orum. Ali ela vivia, ali dormia, ali se alimentava. Um dia, Olodumare decidiu que Iemanjá precisava ter uma família, ter com quem conversar, comer, brincar, viver.

Então o estômago de Iemanjá cresceu e cresceu e dele nasceram todas as estrelas. Mas as estrelas foram se fixar na distante abóbada celeste. Iemanjá continuava solitária. 

Então, de sua barriga crescida nasceram as nuvens. Mas as nuvens perambulavam pelo céu até se precipitarem em chuva sobre a terra.

Iemanjá continuava solitária. De seu estômago nasceram, então, os orixás, nasceram Xangô, Oiá, Ogum, Ossaim, Obaluaê e os Ibejis. Eles fizeram companhia a Iemanjá."

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Presentes chegando

23h - Dá o play!

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Na cadência do samba

22h45 - Grupo de samba formado por amigos do Engenho Velho de Brotas. O nome do grupo? "Tem nome, não. Somos só amigos mesmo", diz o militar Henrique Ferreira, 60, um dos organizadores.

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22h30 - A véspera (Foto: Betto Jr./CORREIO) ***

Chegar primeiro

22h15 - Grãos de milho e girassol, folhas de amaci e arruda, pemba de Oxalá e alfazema de Iemanjá. Os tabuleiros estão preparados para distribuir bênçãos. Na noite do dia 1º, pais, mães e filhos de santo já começaram a trabalhar."A gente chega desde o dia anterior para ocupar nosso espaço. Convocamos todos para receber as bênçãos da Rainha do Mar", disse o filho de santo Robson Pereira, 34. (Foto: Alexandre Lyrio/CORREIO) ***

Axé, presente!

22h - Grupos religiosos de umbanda e candomblé também antecipam a chegada ao Rio Vermelho e a entrega de presentes. O grupo Caboclo Eru, do Conjunto Santa Madalena, na região da Av. Vasco da Gama, chegou às 20h.

"É mais tranquilo. Além disso, este ano cumprimos a promessa de entregar o presente no dia anterior", explicou Carlos Alberto Moreira, o Carlos de Logum.

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Sextou!

21h30 - Uma fila enorme já se forma nas proximidades da Colonia Z1, ao lado da Igreja de Sant'Ana. (Foto: Alexandre Lyrio/CORREIO) A multidão que já toma conta do espaço veio antecipar a entrega de presentes para Iemanjá. Mas, muitos atravessarão a madrugada nos bares, participando de manifestações culturais e diversos eventos.

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Esquenta do esquenta!

Quem estava acostumado a ir ao Rio Vermelho na véspera de Iemanjá para curtir o burburinho que começa desde a noite do dia primeiro de fevereiro no bairro - com direito a música é devoção -, pôde vivenciar um ‘esquenta do esquenta’ da festa que sauda a Rainha do Mar na quinta-feira (31).

Conduzido pelo multi-instrumentista, ex-diretor musical, trombonista e cantor da Timbalada por 12 anos, Augusto Conceição, o Samba Vai Kem Ké participou da XI Lavagem da Odoyá e fez uma apresentação gratuita para centenas de pessoas que lotaram a Rua da Paciência e o Largo de Santana entre o final da tarde e a noite de quinta.

Com direito a água e produtos de limpeza, a lavagem é realizada há 11 anos às vésperas do 2 de fevereiro pelo artista plástico Ray Vianna, autor da Odoyá - dorso de peixe feito em aço e instalado em frente à praia do Rio Vermelho, próxima à Colônia de Pescadores. A festa já virou tradição no bairro e, enquanto a escultura passa por uma faxina, aconteceu um verdadeiro show no local.