‘Onde eu cresci ele não durava um minuto’, diz Frias após Adnet fazer piada com governo

Secretário de Cultura não gostou de paródia do humorista, que também foi atacado por perfil institucional da Secom

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  • Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2020 às 15:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O ator Mário Frias, secretário especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, se irritou com uma imitação de Marcelo Adnet no programa ‘Sinta-se em casa’, da Globo. A paródia também motivou o perfil institucional da Secom divulgar uma série de mensagens criticando o comediante (ver mais abaixo).

Em uma postagem nas redes sociais, Frias ofendeu e ameaçou o humorista. Entre as ofensas estão “garoto frouxo e sem futuro”, “criatura imunda”, “palhaço decadente que se vende por qualquer tostão”, “idiota egoísta” e até “bobão”. 

“Trocando uma amizade verdadeira, um amor ou sua história por um saquinho de dinheiro e uma bajulada no seu ego infantil e incapaz de encarar a vida e suas responsabilidades morais. (…) Mas isso tudo é só para esconder a solidão em que ele se encontra. Quem em sã consciência consegue conviver no mundo real com um idiota egoísta e fraco como esse?”, escreveu.

O ex-astro da novela Malhação, da Globo, também fez ameaças ao comediante. “Onde eu cresci ele não durava um minuto. Bobão!”, afirmou o secretário. 

Sem perder o humor, Adnet falou sobre as ofensas de Frias nas redes sociais. “Até o Secretário Frias recomendou no instagram dele! Vale conferir o post! A Secom deve replicar em suas redes!", comentou.

Reação de perfil institucional Em uma série de tweets, a Secom criticou Marcelo Adnet por “parodiar o bem” e afirmou que ele compõe uma “ínfima e desprezível minoria”.

O perfil da secretaria, que seria extinta e integrada ao Ministério das Comunicações, ainda distorceu o conteúdo da sátira ao acusar o comediante de cometer maldade contra “um morador de rua que salvou uma desconhecida ou uma professora que morreu queimada para salvar dezenas de crianças”, exemplos citados no vídeo real.

Na gravação original, publicada pela Secom na quinta-feira (3), Frias aparece andando pelo Museu do Senado, em Brasília, em meio a uma trilha sonora apoteótica e com um discurso nacionalista. O ator diz que tem o objetivo de contar a história dos brasileiros e aparece observando obras de arte e peças históricas que não são identificadas pela produção.

Já na imitação feita por Adnet, Frias aparece perdido sem conhecer nenhum dos símbolos da identidade do povo brasileiro que vão surgindo nas imagens. 

"Descobriremos juntos, como heróis que somos, o que significa cada um desses símbolos da nossa cultura", diz a personagem da paródia.

A esquete é parte de uma versão humorística do ‘Arquivo Confidencial’, do ‘Domingão do Faustão’, em que o convidado é o presidente Bolsonaro. Também aparecem no vídeo imitações do advogado Frederick Wassef e Fabrício Queiroz.