ONU deve exigir vacinação na Assembleia-Geral; medida poderia barrar Bolsonaro

Apesar do indicativo, Secretário-geral diz que não ter como impedir chefes de estado não imunizados. Não vacinado, Bolsonaro ainda pode ter circulação limitada em NY

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  • Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2021 às 21:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: Alan Santos/PR

Os Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) devem confirmar nesta quinta-feira (16) que exigirão que todos os presentes à Assembleia-Geral do órgão, na próxima semana, apresentem comprovantes de vacinação contra a covid-19 para ter acesso ao prédio da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos.   Nesta quarta-feira (150, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Abdullah Shahid, comunicou aos diplomatas do mundo todo que defende a exigência.    A obrigatoriedade da imunização poderia barrar a participação do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que diz não estar vacinado. O chefe de Estado brasileiro é quem faz, tradicionalmente, o primeiro discurso entre os líderes no evento, marcado para o próximo dia 21. O presidente já afirmou em diversas ocasiões que só vai se vacinar após todos os brasileiros serem imunizados. Ele planeja viajar a Nova York para o fórum. Há dois dias, Bolsonaro afirmou, em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, que não havia tomado a vacina.  O presidente ainda citou um suposto resultado do exame IGG, que mede a quantidade de anticorpos para uma dada doença no corpo, como justificativa para não ter se vacinado. "Eu não tomei vacina, estou com 991 (nível do IGG). Eu acho que eu peguei de novo (o vírus) e nem fiquei sabendo", disse Bolsonaro. Após a decisão oficial, a ONU deve emitir um comunicado oficial sobre a regra. Ainda que possa participar da Assembleia-Geral, Bolsonaro pode ter problemas  de mobilidade na cidade.  O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que não pode exigir certificado de todos os líderes mundiais. "Nós, como Secretariado, não podemos dizer a um chefe de Estado que, se ele não estiver vacinado, não poderá entrar na ONU", afirmou Guterres, em entrevista à Reuters. A cidade de Nova York, que abriga a sede da ONU, pediu que a organização siga as regras vigentes para os habitantes da cidade: todos os maiores de 12 anos devem apresentar comprovação de vacina para frequentar locais públicos fechados, como centros de convenção, restaurantes ou hotéis. Além disso, o hotel onde Bolsonaro e parte da comitiva brasileira ficarão hospedados, por exemplo, diz em sua página na internet que segue a determinação da cidade de Nova York de exigir certificado vacinal para qualquer hóspede acima de 12 anos.