Operação da Polícia Federal prende prefeito de Mauá

Investigação é um desdobramento da Operação Prato Feito

Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 08:51

- Atualizado há 10 meses

Uma operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta quinta-feira (13) prendeu o prefeito da cidade de Mauá (SP), Átila Jacomussi (PSB). A ação recebeu o nome de Trato Feito e investiga uma organização criminosa voltada para o desvio de recursos públicos em contratos firmados na prefeitura.

A investigação é um desdobramento da Operação Prato Feito, que investigava o desvio de recursos públicos em diversas cidades na merenda escolar.     Segundo a Polícia federal, que não divulgou os nomes das pessoas que foram presas hoje, dois mandados de prisão preventiva foram cumpridos, além de 54 mandados de busca e apreensão.

Além das prisões e mandados de busca, dois agentes públicos foram afastados, um contrato com suspeita de fraude foi suspenso e nove empresas foram proibidas judicialmente de contratar com a administração pública.   A operação apontou que as nove empresas pagavam vantagens ilícitas para os agentes públicos e políticos para compra de apoio na Câmara Municipal de Mauá, obtendo contratos superfaturados.   Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, fraude a licitações e corrupção ativa e passiva. As penas vão de um a 12 anos de prisão.   A Agência Brasil tentou contato com a prefeitura de Mauá, mas ainda não obteve retorno.

Defesa do prefeito diz que vai recorrer Por meio de nota, o advogado Daniel Leon Bialski, que defende o prefeito de Mauá, Átila Jacomussi, informou que vai recorrer.  

"Este novo e arbitrário decreto de prisão nada mais faz do que requentar fatos que já eram conhecidos e tinham motivado o decreto anterior, que foi revogado pela Suprema Corte. Como o prefeito não descumpriu qualquer das medidas impostas, a defesa irá apresentar reclamação perante o Supremo Tribunal Federal porque essa decisão afronta e desafia a autoridade da medida antes concedida. Não é admissível dar uma nova roupagem para fatos pretéritos e conhecidos para se renovar o pedido de prisão.”

A nota acrescenta que “a medida, além de ilegal, não possui lastro empírico e nem idônea motivação. Causa maior espanto quando se verifica que o próprio Ministério Público Federal contestou a competência jurisdicional da Justiça Federal para examinar a causa. Infelizmente, este é um triste sintoma do momento policialesco em que vivemos. Todavia, a defesa irá em todas as instâncias e graus combater essa arbitrariedade, buscando restabelecer a liberdade do prefeito", finaliza.