Opinião: Na Fonte Nova, Bahia coloca Azuriz no mapa

Antes da partida, a conversa variava entre fazer rimas e perguntar para o torcedor ao lado: "Que time é esse?"

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  • Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2022 às 23:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: Felipe Oliveira/EC Bahia

O torcedor do Bahia enfrentou a chuva, o trânsito e o frio de 26 graus - que ninguém em Salvador consegue explicar, apenas sentir -, para assistir a um jogo estranho contra um time que nunca tinha ouvido falar.

Por isso, antes da partida, a conversa variava entre perguntar para o vizinho na torcida: "Que time é esse, Azuriz?" e diversas tentativas fracassadas de fazer piada com azilis, cacurivis e suas rimas primas (coisa nossa também.)

O Azuriz é parte de uma nova geração de times que nascem como empresa. Tem até um investidor famoso, o lateral esquerdo do Real Madrid, Marcelo, e ascensão rápida: com apenas quatro anos, já disputa a série D do Campeonato Brasileiro e está na terceira fase da Copa do Brasil.

Mas nada disso realmente importava para o torcedor, que esteve de pé por sofríveis quase cem minutos (pés molhados, vale ressaltar), tomando cerveja morna. A pergunta sobre "Azuriz é de que cidade?" e tantas outras sobre o rival desconhecido não precisavam ser respondidas: eram só para puxar assunto antes do primeiro gol.

Mas a partida seguiu fria, sem um lance de perigo real, uma bola na trave, aquele quase gol e muito menos o gol em si. Teve uma polêmica de um pênalti que não foi marcado, mas não deu conta nem do vento da Fonte Nova, dirá apagar a sina que é enfrentar a cidade em horário de pico para chegar ao estádio.

Sem um golzinho (até feio, contra, valia tudo!) a volta para casa ficou azeda; o papo, antes furado, ficou preocupado. E uma pergunta, enfim, ganhou importância: quando é o jogo de volta?

Texto opinativo. A opinião do autor não necessariamente reflete a do CORREIO.