Orçamento: Bahia prevê queda de R$ 63 mi em caso de rebaixamento

Direitos de televisão representam maior impacto nas receitas

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  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 16 de fevereiro de 2021 às 16:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

A diretoria do Bahia apresentou, durante reunião do Conselho Deliberativo, na noite da última segunda-feira (15), a previsão orçamentária para a temporada 2021. Como faltam duas partidas para o fim do Campeonato Brasileiro e o clube ainda não tem definida qual divisão vai disputar, duas propostas foram divulgadas.

No primeiro cenário, que prevê a continuidade do tricolor na Série A do Campeonato Brasileiro, a previsão é de uma arrecadação de R$ 171 milhões. O valor é composto por R$ 149 milhões de arrecadação em 2021 mais R$ 22 milhões provenientes da temporada 2020.

Já no segundo cenário, que envolve um possível rebaixamento para a Série B, a previsão do Bahia é de arrecadar R$ 108 milhões. Nesse caso, o número seria composto por R$ 93 milhões de receitas arrecadas na temporada 2021 e mais R$ 15 milhões remanescente de 2020. Permanecendo na Série A, a expectativa do Bahia é de arrecadar R$ 171 milhões em 2021  (Foto: Reprodução) No caso de um rebaixamento, a queda financeira do tricolor seria de aproximadamente R$ 63 milhões. Nos dois casos, o orçamento apresentado é menor do que o estipulado para a temporada passada, quando o Bahia projetou arrecadar R$ 179 milhões, um recorde na história do clube.

Por conta da pandemia do novo coronavírus, o tricolor acabou tendo prejuízo e a meta para 2020 não foi batida. Até dezembro, o Esquadrão arrecadou cerca de R$ 137 milhões, R$ 42 milhões a menos do que foi projetado. Já em caso de queda à Série B, a receita bruta prevista é de R$ 108 milhões na próxima temporada (Foto: Reprodução) Composição Para chegar aos números apresentados, o Bahia destrinchou as receitas que pode somar na próxima temporada. O grande impacto está nos direitos de transmissão de TV.

Permanecendo na Série A, o tricolor projeta arrecadar cerca de R$ 55 milhões apenas com transmissão do Campeonato Brasileiro. Na Série B, a cifra cairia para aproximadamente 7 milhões. Uma queda de 87%.

Nos dois casos, a conta ainda inclui R$ 25 milhões em venda de atletas, além de receitas com plano de sócios, Loja Esquadrão, avanços em competições como a Copa do Nordeste e Copa do Brasil, entre outros. Bahia terá impacto com direitos de TV em caso de queda; clube projeta arrecadar R$ 25 milhões em venda de atletas (Foto: Reprodução) Independentemente da divisão que vai disputar em 2021, o orçamento tricolor prevê alcançar pelo menos a semifinal da Copa do Nordeste e a terceira fase da Copa do Brasil. O documento não leva em consideração o Campeonato Baiano. O Tricolor não entrou em acordo com a TVE, emissora que vai transmitir o estadual, e por isso não soma os R$ 850 mil a que teria direito.

Aliás, o Sócio Digital também é uma aposta da diretoria para 2021. Em 2020, o clube arrecadou quase R$ 300 mil com a plataforma, que teve boom em setembro, quando foi lançada. A previsão é mais que dobrar a meta e encerrar o ano com faturamento de R$ 720 mil. Atualmente, o clube conta com 6.424 assinaturas ativas. Bahia pretende alavancar plataforma Sócio Digital e arrecadar R$ 720 mil com ela (Foto: Reprodução) Ainda sobre os sócios, a previsão é de queda no programa. Ficando na primeira divisão, o Bahia estima arrecadar cerca de R$ 25 milhões, portanto R$ 4 milhões a menos do que conseguiu em 2020. Se disputar a segunda divisão, o valor projetado é de R$ 20 milhões.

Vale lembrar que o programa de sócios foi um dos mais afetados no clube pela pandemia do coronavírus. Depois de iniciar 2020 com cerca de 45 mil associados, o Bahia encerrou a temporada com aproximadamente 30 mil. Desses, cerca de 22 mil estão adimplentes. Em todos os cenários, Bahia prevê queda na arrecadação com o plano de sócios (Foto: Reprodução) Além de orçar possíveis receitas, a diretoria também fez a previsão das despesas. Permanecendo na Série A, o clube prevê aumento no gasto com salários, que saltaria de R$ 73 milhões em 2020 para R$ 79 milhões em 2021. No entanto, o pagamento de direitos de imagem seria menor na comparação com o último ano: R$ 17 milhões em 2020 e R$ 16 milhões em 2021.

No cenário que leva em consideração a queda para a Série B, as despesas com salários cairiam para R$ 48 milhões, enquanto outros R$ 5 milhões seriam destinados para o pagamento de direitos de imagem.

O documento apresentado pelo Bahia alerta também para a necessidade de antecipação de receitas, empréstimos ou venda de ativos para cobrir défict estimado. Na previsão do orçamento, o clube não conta com a venda do Fazendão, por ser considerada uma 'receita extraordinária'. No entanto, o presidente Guilherme Bellintani afirmou que já tem uma proposta de compra do equipamento e vai apresentar ao Conselho Deliberativo. 

Após apresentada ao Conselho, a proposta orçamentária para 2021 precisa ser aprovada pelos sócios em Assembleia.