‘Os professores deveriam estar na lista de prioridade da vacina’, afirma médica

Nilse Querino foi entrevistada do programa Saúde e Bem Estar

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  • Felipe Aguiar

Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 20:53

- Atualizado há um ano

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“Nós estamos aprendendo tanto com essa pandemia”, refletiu a médica Nilse Querino, entrevistada desta terça-feira (9) no programa Saúde e Bem Estar, do CORREIO, que é apresentado pelo jornalista Jorge Gauthier pelo Instagram @correio24horas. A diretora do Instituto de Infectologia da Bahia e professora da Unime e da Ufba conta que o momento que vivemos é muito incerto e diz que fazer um prognóstico pelo fim da pandemia ainda é complicado mesmo com a vacinação. ilse, que também é professora universitária, se mostra preocupada com o futuro do setor da educação.

A médica explica que os professores ficariam vulneráveis na sala de aula diante do atual plano de vacinação que não os inclui até o momento. “Os professores deveriam estar na lista de prioridade da vacina”, enfatiza a infectologista. Ela afirma que a inserção dos profissionais da educação numa lista prioritária é o que vai garantir um retorno das aulas de forma mais segura.

A infectologista também destaca os cuidados necessários para as crianças diante desta possível volta. “O grande medo neste momento é as crianças levarem para casa (o vírus) e infectar pessoas mais velhas”, afirma. A professora também lembra que as crianças ainda não fizeram parte dos grupos estudados nas vacinas atuais. Ou seja, não se sabe qual seria o resultado desta interação e a consequência desse contato diário. 

Assista a entrevista

A médica entende a preocupação das pessoas e setores sobre os 11 meses de pandemia, mas ela pede cautela. “É complicado”, alerta. Nilse explica que a vacina não significa o fim da pandemia e diz que “precisamos ver a resposta imune” para pensar num futuro sem certos cuidados. Por ora, a infectologista tenta se manter positiva sobre o que está por vir. “Eu quero ser otimista”, concluiu.

A professora falou sobre a confiabilidade nas vacinas. Nilse afirma que, uma vez tendo resultados de testes que funcionaram, não existe razão para se preocupar com a vacina. Ela também reforça a importância da segunda dose para gerar o resultado completo de imunização e lembra que “se vacinar é uma questão comunitária”. Sobre a aplicação simultânea de mais de uma vacina, a médica garante que isso é um fator favorável. "É bom termos várias vacinas”, argumenta Nilse.

A infectologista ainda destacou sobre a vacinação em grávidas e em pessoas com comorbidades. Ela esclarece que os estudos ainda estão sendo feitos para se ter uma certeza sobre a resposta imune em gestantes. Quanto às pessoas com comorbidades, ela reforça a importância da vacinação quando a hora chegar. “Eu torço para que, até junho, pessoas com comorbidades já estejam vacinadas", disse. 

 Cuidados Nilse pontuou ainda sobre a importância de cuidar da saúde do corpo e da mente neste momento. "É bom sair um dia para tomar um sol e fazer exercícios,mas seguindo os protocolos de saúde para se manter seguro - como o uso de uma máscara correta, distanciamento e álcool em mãos. O perigo está na forma como as pessoas têm lidado com esses momentos fora de casa. O grande problema é a falta de cuidado nessas coisas”, afirma a professora.

Ainda com o objetivo de reforçar os cuidados e a atenção da população, a infectologista comentou sobre as novas variantes do coronavírus. “O que me preocupa é a alta infectividade”, afirma a médica. Nilse explica que o que mais a aflige é a escassez de vacinas e o que isso pode gerar. Ela ainda comenta que as variantes são uma espécie de 3ª onda e, mais uma vez, enfatiza a importância da amplitude de um plano vacinal.  “Quando um grupo se vacina, ele acaba protegendo outras pessoas que ainda não foram vacinadas (...) Aprendemos muita coisa com a pandemia e ainda vamos aprender muito mais”, garante a infectologista.

*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier