Pacote para atrair mais turistas ao estado inclui isenção de ICMS

Turismo gera cerca de 600 mil empregos diretos no estado e deve injetar este ano R$ 5,5 bilhões na economia baiana

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  • Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2010 às 10:07

- Atualizado há um ano

Com incentivos que vão da redução à isenção total da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para algumas atividades, o governo da Bahia colocou em prática um pacote de incentivos para aumentar o número de turistas no estado. O setor, que gera cerca de 600 mil empregos diretos no estado, deve injetar este ano na economia estadual R$ 5,5 bilhões, de acordo com informações do governo.

O secretário estadual do Turismo, Antonio Carlos Tramm, disse que uma das principais medidas para estimular mais visitas internas foi a redução da alíquota do ICMS do querosene de aviação para voos operados dentro da Bahia. “Essa medida beneficia destinos muito procurados em nosso estado, como Lençóis, Vitória da Conquista, Porto Seguro, Ilhéus, Barreiras e Caravelas”, afirmou o secretário.

A Baía de Todos os Santos é um porto seguro para atrair o turismo na Bahia No ano passado, a Bahia recebeu nove milhões de visitantes - o turismo interno foi responsável por 52% deste fluxo. Hoje, Tramm é um dos participantes do quarto e último seminário do Agenda Bahia, evento que acontece no auditório da Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia).  De acordo com o secretário, outro fator que favorece a expansão do turismo baiano foi a captação de mais voos internacionais para o estado.

“Desde 2007, a Bahia dobrou o número de frequências semanais para outros países”, disse. Atualmente, 27 voos internacionais regulares e 18 charters movimentam o Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães.

O secretário disse também que antes mesmo de o ano terminar, a Bahia superou o número de desembarques registrados em 2009. “No ano passado, desembarcaram dois milhões de pessoas e, até setembro último, 2,3 milhões de passageiros tinham chegado ao estado.”

O turismo náutico também foi beneficiado pela redução de impostos. Entre os incentivos estão a isenção integral do ICMS na produção de embarcações de recreio ou esporte na Bahia e a redução da carga tributária para 7% na sua comercialização. “A produção de componentes, partes e peças de produtos ligados à náutica de lazer na Bahia também terá isenção do ICMS”, acrescentou o secretário.

Há menos de dez dias, durante a abertura do 1º Fórum Internacional de Cairu, Walter Garcia, representante do Ministério do Turismo no evento, disse que serão investidos cerca de R$ 40 milhões no turismo náutico na Bahia até o final do ano que vem. “Acredito que o turismo náutico terá um grande impulso no ano que vem. A Bahia e o Brasil estão preparados para dar um grande salto no setor, com o estabelecimento de um circuito náutico e a implantação de dez marinas no nosso litoral”, disse, durante o seminário, Roberto Benjamim, secretário da Indústria Naval e Portuária.

Antonio Carlos Tramm ressaltou que, devido ao seu grande potencial, a Bahia foi escolhida como sede do projeto piloto do Plano Nacional de desenvolvimento Náutico. “Temos uma costa com mais de 1,1 mil quilômetros e duas grandes baías navegáveis (Todos os Santos e Camamu)”,  acrescentou. Outro indicador da expansão do turismo baiano é a taxa de ocupação da rede hoteleira. “Vamos chegar bem perto de 100% durante os próximos meses”, disse o secretário.

Seminários deixam uma nova visão sobre os caminhos para o futuro da Bahia

As sugestões de especialistas para incrementar a maior vocação da Bahia, o turismo, marcam hoje o encerramento do Agenda Bahia. Desde o início do mês passado, empresários, autoridades, professores universitários e técnicos debateram temas relevantes para desenvolvimento do estado nos próximos dez anos: Sustentabilidade, Infraestrutura e Agronegócios. O último tema da série será discutido hoje, no auditório da Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia).

 “A partir deste seminário, os empresários, administradores e políticos terão uma nova visão sobre como será a Bahia no futuro”, disse o presidente da Fieb, José de Freitas Mascarenhas. O empresário Sérgio Pitt, vice-presidente da Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia), também ressaltou a importância do ciclo de palestras e debates. “Pensar a Bahia do futuro requer estudos e planejamento. Foi exatamente isso que aconteceu no Agenda Bahia. Sem dúvida, quem participou dos seminários saiu com novas ideias”, afirmou.

 Professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Ufba (Universidade Federal da Bahia), Vitor de Athayde Couto classificou como “excelente” os temas escolhidos para os seminários. “São quatro áreas que juntas ou isoladas exercem um papel fundamental para o crescimento do estado.”

Especialista em Agronegócios da Tendências Consultoria, a economista Amaryllis Romano afirmou que os empresários e futuros governantes da Bahia terão à disposição um “excelente material” para projetar o estado. “O seminário foi importante porque seus participantes foram críticos construtivos.”

De acordo com a economista, o ritmo de crescimento registrado no Brasil nos últimos anos demonstra a importância do planejamento. “A Bahia, principal estado do Nordeste, certamente vai passar por muitas mudanças econômicas e sociais nos próximos anos. É justamente por isso que estes seminários são importantes porque apontaram muitas tendências”, acrescentou.

Promovido pelo CORREIO, a rádio CBN e demais mídias da rede Bahia, o Agenda Bahia teve o apoio da Fieb.

*Especial para o CORREIO