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Pai aos 19, Erick celebra ascensão no futebol e nova fase no Leão

Ao CORREIO, destaque do Leão na Série A conta sobre o início no Náutico e a passagem no Vitória

  • Foto do(a) author(a) Vitor Villar
  • Vitor Villar

Publicado em 19 de outubro de 2018 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Maurícia da Matta / EC Vitória

Com Erick, tudo funciona na base da velocidade. Em campo, essa talvez seja a sua principal característica. Fora dele, a rapidez da sua vida o surpreende ainda mais. Em janeiro do ano passado, aos 19 anos, o garoto nascido no Recife não sabia nem se viraria jogador profissional. Em seis meses, já estava jogando na Europa. Hoje, aos 20, sente-se recuperando seu futebol no Vitória.

“Minha carreira foi rápida demais... Comecei o ano passado jogando Copa São Paulo. Fui artilheiro do time, voltei pro Recife direto pro profissional do Náutico. Fiz dois gols contra o Sport, um no Santa Cruz... Pouco depois estava vendido para o Braga (de Portugal)”, conta ele, em entrevista para o CORREIO.

Erick subiu ao profissional do Náutico em meio a uma crise técnica e financeira do time. Em agosto de 2017, o Timbu recebeu proposta de R$ 4 milhões pelo atacante. Sem dinheiro, aceitou.

A frustração da vida foi justamente a ida para Portugal. Erick não fez uma partida sequer pelo Braga, com quem tem contrato até 2022. Fez só 11 jogos, e pelo time B.

“Saí da minha casa como destaque do Náutico, cheguei lá cheio de expectativa de jogar, de realizar o sonho do futebol europeu... Não conseguir jogar lá bagunçou muito a minha cabeça. Para um moleque de 20 anos é difícil entender essas coisas”, diz.

O contrato de empréstimo com o Vitória até junho do ano que vem chegou à mesa dele em junho: “Eu só pensava em voltar para o Brasil para reencontrar meu futebol. Aí o Vitória abriu as portas pra mim. Queria ter o espaço que aqui no clube eu estou tendo”.

Hoje, Erick é um dos destaques do rubro-negro na Série A. Já marcou dois gols que garantiram seis pontos para o Leão, no 1x0 sobre o Sport e sobre o Vasco. Sua assistência para o gol de Lucas Fernandes também garantiu três pontos no 1x0 sobre a Chapecoense.   Erick leva na pele o bairro onde nasceu na Região Metropolitana do Recife (Foto: Maurícia da Matta/EC Vitória) Vitória na vida Erick foi pai com 19 anos. Recebeu a notícia, portanto, antes de brilhar na Copinha e iniciar a sua história no futebol profissional: “Soube que ia ser pai em novembro de 2016. Isso mudou a minha vida. Minha cabeça teve que mudar por conta da responsabilidade. Acho que ter minha filha me deu o impulso para acontecer tudo o que aconteceu na sequência”.

“Eu era um moleque, brincava com tudo. Na época que recebi a notícia da minha filha ainda não sabia se ia virar jogador, era mais um da base do Náutico. Isso me deu um algo a mais para alcançar as conquistas. Era um moleque da favela de 19 anos que, em menos de um ano, aconteceu de tudo na vida. Claro que mexeu com a minha cabeça, foi complicado”, completa.

O nome da filha, quem diria, é Vitória. Tauane Vitória, que tem 1 ano e 4 meses e vive no Recife com a mãe, ex-namorada de Erick. O jogador mora sozinho em Salvador. A mãe, Maria José, e o pai, Edenildo, são separados, moram no Recife e se revezam nas visitas a Erick.

Ele reconhece que a proximidade entre Salvador e Recife ajuda na hora dele se sentir em casa, o que faltou no Braga: “Com certeza. Aqui estou do lado, na hora que quiser posso visitar minha família e eles virem. Isso ajudou a me adaptar ao Vitória”.

Erick carrega na pele suas origens. Além do nome do pai e da mãe nas panturrilhas, a canela do jogador traz a imagem de barracos com um garoto sentado numa bola, com uma camisa número 33.

“Ah, aqui é a minha favela. Tem eu com a bola e a camisa 33, que comecei no Náutico”, explica. “Sou do Jardim Jordão, bairro em Jaboatão dos Guararapes (região metropolitana do Recife). Sou muito ligado ao bairro até hoje. Se deixar, toda folga eu tô indo pra lá”, completa.

Moicano da sorte Erick brinca que a sorte veio graças ao corte do cabelo: “Aqui é o moicano da sorte, não pode tirar, não. Quando botei o moicano, subi para o profissional. No meio da Série B, tirei o corte e passei vários jogos sem fazer gol (risos). Só voltei a marcar quando botei o moicano de novo", enumera. "Quando vim para o Vitória, antes de estrear, cortei moicano de novo. Era melhor prevenir, né?”, brinca.

Erick reconhece que sua estreia, diante do Bahia (4x1 para o rival), não foi boa. Mas que vem recuperando a confiança: “Vinha de quatro meses sem jogar, sem ritmo, e fui logo para um clássico. Mas de lá para cá muita coisa mudou. Peguei entrosamento com o time e aos poucos vou mostrando o meu futebol”.

A próxima chance de mostrar será domingo (21), às 16h, contra o Corinthians, no Barradão. O atacante é um dos titulares do time de Carpegiani.