Pai e madrasta são presos no Rio por torturar e matar criança de 6 anos

Menina foi encontrada sem pedaço da orelha e marcas de chicote

Publicado em 3 de agosto de 2019 às 12:29

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu neste sábado (3), o pai e a madrasta de Mel Rhayane Ribeiro, menina de seis anos que foi morta, segundo a corporação e confissão do próprio pai, pelo casal. Mel chegou sem vida, com diversos sinais de agressões, ao Hospital Naval Marcílio Dias, na zona norte da cidade, na tarde desta sexta-feira, 2. 

Foi lá que Rodrigo Jesus da França, de 25 anos, confessou o crime e pediu para ser preso, com medo de ser linchado por um grupo de pessoas que estavam na porta da unidade. Acionada, a Polícia Militar o conduziu até a Delegacia de Homicídios da Capital, na zona oeste. 

Peritos da delegacia constataram lesões no corpo da criança, entre elas "ausente pedaço da orelha, úlceras no tornozelo e mãos, aparentando que a criança era constantemente amarrada e chicoteada." Os policiais perceberam que as agressões ocorriam há tempos. A madrasta da criança, Juliana Mayara Brito da Silva, de 20 anos, negou ter participado dos maus tratos e da morte, mas foi presa por ter se omitido às práticas. 

Rodrigo Jesus da França disse, segundo a Polícia Civil, que deixava a criança amarrada para não ter relações com os outros filhos do casal. E que as agressões eram para "corrigir" um suposto "comportamento sexual alterado" de Mel, que já teria sido estuprada - informação negada por laudo do Instituto Médico Legal (IML). A fim de evitar que as lesões fossem vistas, o pai tirou a menina da escola em que estudava.

Delegado fala sobre agressões O diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP) do Rio de Janeiro, delegado Antônio Ricardo, classificou o pai e a madrastra como “facínoras, covardes, malditos”.

“Uma covardia tamanha! Uma situação em que essa criança deve ter sofrido bastante. E a atuação da DH busca justiça. Eles responderão em flagrante por homicídio e também pela tortura. Observamos que essas lesões são antigas e, por conta disso, entendemos que essa tortura já vinha acontecendo há algum tempo. São facínoras, covardes, malditos. Acho que não tem adjetivos para esse tipo de gente. Felizmente, nós conseguimos deter esses indivíduos”, comentou Antônio.

Ele disse ainda que o pai afirmou que a criança havia recebido um “corretivo” e estava de castigo. Só então ele percebeu que ela parou de respirar. Depois, disse que a menina morreu por ter batido a cabeça. O pai de Mel vivia com a criança há seis meses. A mãe perdeu a guarda após denúncias de que a garota sofria abusos sexuais.