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Gil Santos
Publicado em 7 de março de 2022 às 14:10
- Atualizado há 2 anos
Um acordo firmado entre a Prefeitura de Salvador e o Departamento de Comércio do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte estabelece uma parceria para tornar o ensino público municipal bilíngue, troca de experiências nas áreas de ciências/saúde, infraestrutura, finanças, promoção social e ações de sustentabilidade. O memorando foi assinado, nesta segunda-feira (7), e a área da educação será uma prioridade.>
Um escritório foi criado na prefeitura para tratar exclusivamente dos assuntos internacionais, em especial a relação com os britânicos. O diretor do Departamento de Comércio do Reino Unido, Martin Richard Whalley, contou que fez um estudo sobre quais cidades brasileiras tinham condições de fazer parcerias e desenvolver projetos em comum com o país e que Salvador foi uma das escolhidas.>
“Fizemos um processo, há dois anos, para identificar em quais cidades há oportunidades para o Reino Unido. Identificamos três cidades, Salvador, Belém (PA) e Curitiba (PR). Elas foram escolhidas por vários fatores, como o nível de desenvolvimento, o que é necessário nesses municípios e que combina com a expertise do Reino Unido, o tamanho de oportunidades econômicas ou de sustentabilidade, entre outros fatores”, contou. Whalley (ao lado da vice-prefeita) defende o ensino do inglês nas escolas (Foto: Valter Pontes/ Secom) O ensino bilíngue foi uma das bandeiras levantas e que entrou no acordo assinado nesta segunda-feira. O representante do Reino Unido disse que o ensino de inglês nas escolas é do interesse do país e algo que eles podem ajudar Salvador a implantar. O prefeito Bruno Reis (DEM) contou que, na prática, o memorando abre caminho para que projetos saiam do papel e sejam colocados em operação.>
“O escritório tem a finalidade de buscar parcerias em diversas cidades do mundo que possam contribuir para o desenvolvimento da nossa cidade, e parcerias nas mais diversas áreas, seja na transferência de conhecimento, expertise e tecnologia, seja parcerias objetivando o fortalecimento da economia, além da busca de recurso nos mais diversos organismos internacionais. Esse escritório tem esse papel e com essa nova alteração está mais investido de poderes e atribuições”, afirmou.>
A troca entre soteropolitanos e britânicos não é novidade. Foram eles, por exemplo, que doaram R$ 1,3 milhão que o município usou para comprar os ônibus elétricos do BRT e estudar a tecnologia e novos modais de transporte menos poluentes. Bruno também destacou a parceria com o país europeu para discutir ações de sustentabilidade. Prefeito exibe acordo assinado com os britânicos (Foto: Valter Pontes/ Secom) Prioridade A proposta de oferecer ensino bilíngue nas escolas públicas será uma das prioridades do novo escritório. A vice-prefeita e secretária de Governo, Ana Paula Matos (PDT), contou que esse projeto já está em desenvolvimento.>
“Estamos com dois projetos definidos, com o Reino Unido e o Uruguai, de já desenvolver o ensino bilíngue. Eles vão nos trazer toda essa tecnologia. Isso é muito importante, porque quando falamos em cidades inteligentes não estamos falando de ter acesso só ao melhor hardware ou software, estamos falando em igualdade de oportunidades. Países pequenos como o Uruguai são exportadores de tecnologia, porque há 15 anos eles começaram um trabalho de oferecer computador nas escolas e ensino bilíngue”, contou.>
Além desse projeto, existe alguns estudos com o Reino Unido na área de desenvolvimento ambiental e de saneamento básico. A proposta é direcionar a parceria para as áreas de saúde, educação, infraestrutura e comércio. Para as Ciências da Vida e Saúde, o acordo traz propostas para a criação da Saúde digital (Health Tech) e inovação nas áreas de diagnóstico e análise genômica.>
Em Infraestrutura, é a vez do Building Information Modelling (BIM), que foca na troca de tecnologias para cidades inteligentes e boas práticas para contratação pública. No setor de Economia, a cooperação visa a adoção da metodologia “ESG” para investimentos e atuação em conjunto nas áreas de Open Banking e Fintechs.>
O escritório criado nesta segunda-feira é uma evolução da assessoria de relações internacionais que funciona na Secretaria de Governo. Os gestores disseram que ele não gerou custos aos cofres públicos, porque utiliza a estrutura que já existe no prédio e os servidores que já atuam na pasta, e que houve uma realocação de pessoal.>