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Vitor Villar
Publicado em 22 de fevereiro de 2020 às 21:28
- Atualizado há 2 anos
"Velho, parece que eu tô em Miami!", berrou um folião adolescente da pipoca de Alok na passagem do DJ pelo Circuito Dodô, na Barra-Ondina, na noite deste sábado (22).>
O folião estava certo: o sentimento foi bem esse. Quando o garoto gritou, à sua frente estava a praia do Porto da Barra, o grave empolgante da música do DJ e uma chuva de papéis picados e uma nuvem de gelo seco que saíam do trio.>
Alok mais uma vez veio para Salvador com o objetivo de transformar a avenida numa tenda eletrônica. E tem sido bem sucedido nisso - apesar da desconfiança de que a música eletrônica tenha espaço no Carnaval.>
Foi o terceiro ano do DJ no Carnaval de Salvador. O terceiro ano de pipoca. E, em 2020, o público parece ter abraçado de vez o seu projeto. Uma multidão seguiu o trio do DJ, animadíssima com o ritmo incessante das músicas - que, diferentemente das apresentações habituais da folia, não possuem intervalo entre uma e outra.>
Talvez por isso Alok, em entrevista exclusiva ao Correio, tenha deixado a entender: seu som veio para ficar."A cada ano que passa melhora a nossa sinergia com o público e a cada ano que passa tenho mais vontade de voltar para cá. Tem dado muito certo e é só o terceiro capítulo de uma história. Já não me vejo mais sem fazer o Carnaval de Salvador", disse.A maioria absoluta dos seus seguidores eram adolescentes. Alok acredita que sua vinda ao Carnaval tenha sido para somar mais um ritmo e trazer mais um público para a festa.>
"Eu vejo que quando você abraça a música eletrônica nesse contexto de Carnaval você acaba tornando tudo mais democrático. Você acaba trazendo um outro público. Eu não estou tomando o espaço de ninguém. Estou somando mais um estilo. Você vê: hoje tem um trio se axé antes de mim, tem o meu de música eletrônica e depois tem outro de axé. Então tem espaço para todo mundo", reflete.>
No contexto de música eletrônica no Carnaval, muita coisa sai diferente. Por exemplo: diferentemente de outros artistas, Alok não pode se locomover pelo trio. Fica com a sua aparelhagem na parte da frente. Para compensar isso, foi instalado no fundo do trio um telão mostrando em tempo real uma câmera focada no rosto do DJ.>
"É uma dinâmica muito diferente. Na semana passada toquei no pré carnaval de São Paulo e juntamos 500 mil pessoas. Mas lá o palco ficava parado. Aqui a gente atravessa um circuito, então com certeza atinge muito mais do que 500 mil pessoas", reflete o artista.>