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Da Redação
Publicado em 11 de março de 2019 às 23:22
- Atualizado há 2 anos
A chuva intensa que atingiu São Paulo desde domingo à noite provocou o caos na maior cidade do país. Há relatos de mortes, de famílias que tiveram as casas alagadas e comerciantes com as lojas invadidas pela água. O temporal transformou algumas ruas em rios. Em determinadas regiões, moradores tiveram que subir nos telhados e outros usaram caiaques. Imagens de amadores postadas nas redes sociais mostram as cenas.>
José Magalhães Barbosa, proprietário da loja Usadão Móveis, na Avenida do Estado, na Mooca, zona leste da capital, perdeu todas mercadorias da loja que foi tomada pela enchente durante a noite. Segundo ele, a água chegou a 3 metros de altura, causando um prejuízo de R$ 50 mil.>
“Tenho comércio há 20 anos, passei já por 20 enchentes. Mas essa foi a pior que teve. O prejuízo está aí, mais de R$ 50 mil. Perdi tudo da loja. A água subiu 3 metros. Nunca tinha visto uma enchente desta, nunca. Desde a noite de ontem a água começou a entrar. E o imposto que eu pago aqui é de R$ 12 mil”, disse o comerciante.>
O levantamento mais recente mostra que o temporal provocou 12 mortes na Grande São Paulo. Pela estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o prejuízo chega a R$ 45 milhões, sem contar os estabelecimentos que ficaram destruídos. Apreensão>
Na proximidade do Rio Tamanduateí, o motorista de aplicativo Samuel Pacheco da Silva Gomes disse ter vivido momentos de medo junto com três passageiros. A água tomou conta da rua em que estavam, isolando o automóvel. Foi necessário o Corpo de Bombeiros resgatar os quatro.>
“Infelizmente ficamos sem saída. A água, no início, estava com 30 centímetros, depois começou a subir chegou até o meio da cintura. Tivemos que sair pelo vidro com ajuda dos bombeiros. Eles jogaram uma corda para tentar nos ancorar. Ficamos esperando quase cinco horas na enxurrada”, disse Samuel Gomes.>
Perplexidade Na mesma região, Maria do Carmo Michelletti, síndica de um edifício na rua Vieira Ravasco, no Cambuci, disse ter presenciado o alagamento da rua, mas nunca tinha visto a água invadir o pátio onde ficam estacionados os carros. Ela mora no local há 12 anos.>
“Eu cheguei mais ou menos à meia-noite de ontem [10] em casa e a água já estava subindo. Mas eu não achei que fosse alagar assim”, contou a síndica. “A gente só ouvia o barulho da água e não tinha por onde sair.”>
Maria do Carmo Michelletti disse que o pátio do edifício ficou coberto com lama. Segundo ela, os moradores fizeram um mutirão para a limpeza. "O problema agora é a gente pegar uma leptospirose", disse a síndica referindo-se à doença causada pela exposição à urina de roedores infectados, principalmente em enchentes.>