Patroa branca registra queixa de racismo contra doméstica: 'encardida do sul'

A veterinária Ana Luiza Ferraz, 32, afirmou que foi vítima de discriminação

Publicado em 6 de junho de 2019 às 09:46

- Atualizado há um ano

Uma mulher branca registrou uma queixa de injúria racial na Polícia Civil do São Paulo. O caso é pouco comum e chamou atenção dos policiais. A veterinária Ana Luiza Ferraz, 32, afirmou que foi vítima de discriminação por parte de uma das suas empregadas.

Segundo Folha de S. Paulo, a denunciante relatou que as ofensas aconteceram em abril, quando a funcionária se desentendeu com ela e mandou um áudio, por engano, ao marido da patroa, na qual se referia a ela como “encardida do sul” e “cachorra do sul”.

A funcionária é uma mulher de 55 anos, branca, ue mora em Taboão da Serra, município da Grande São Paulo. 

“A grande maioria dos casos que acontece, que a gente tem notícia, envolve a raça negra, são os casos que mais acontecem mesmo. Mas nada impede que um japonês, ou indiano, enfim, também seja vítima desse tipo de comportamento, que sempre é um comportamento discriminatório”, disse o delegado Rubens Barazal, titular do 23º DP (Perdizes).

A queixa foi levada à polícia pela advogada da veterinária, Roselle Soglio, que disse ter percebido um componente racial nas ofensas, já que o parágrafo 3º do artigo 140 do Código Penal qualifica uma declaração como injúria racial se "consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

A pena prevista é reclusão de um a três anos, mais multa.