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Pela primeira vez na história, Vogue realiza desfile em shopping de Salvador

Evento contou com roupas sustentáveis e foi aberto ao público

  • D
  • Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2022 às 19:10

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Marina Silva/ CORREIO

Há duas décadas, a designer baiana Luciana Galeão varria as sobras de tecidos das roupas que havia acabado de costurar. No chão, os retalhos formavam “imagens incríveis”. A partir de então, ela viu no resíduo a ser descartado a possibilidade de criar peças com desenhos únicos e, o mais importante, sustentáveis. 

Já se passaram 26 anos desde a confecção da primeira roupa upcycling - como é conhecida a técnica de dar um novo uso a materiais que iriam para o lixo. O resultado de todo esse trabalho foi visto nesta quarta-feira (14) em Salvador, no desfile da estilista que integrou a programação do Vogue Fashion’s Night Out 2022 (VFNO), no Shopping Itaigara. O evento de moda é um grande esquenta para a chegada das novas coleções de primavera e verão no país, totalmente aberto ao público.

Luciana Galeão posa ao lado de peça feita com tecidos dos macacões (Foto: Marina Silva/ CORREIO) A produção de Luciana foi intensificada em 2011, após a demolição da antiga Fonte Nova, quando ela criou uma coleção em forma de “manifesto” por um novo olhar para o vestuário do reaproveitamento criativo. O resultado foram peças confeccionadas com tecidos dos macacões usados pelos homens que trabalharam na demolição do estádio. Na coleção, as tramas ganharam estampas e foram acopladas a recortes de outros panos não comercializados e descartados por grandes marcas, também estampados manualmente com mosaicos feitos de resíduos de couro da indústria de sapatos e decoração.

Essas são criações feitas exclusivamente para apreciação e reflexão, segundo a intenção de sua criadora. Oito delas, incluindo algumas costuradas para serem vendidas, foram expostas no evento.

“Aqui estão as mais impactantes. No caso do uso dos macacões, a ideia é fazer com que as pessoas percam o preconceito com o resíduo e olhem para a roupa antes de olhar para o material, principalmente para o que usa o trabalhador da construção civil, que é vista como uma das formas mais brutas do trabalho manual”, detalhou Luciana Galeão.   Modelos exibiam peças que pudessem ser usadas do escritório ao happy hour (Foto: Marina Silva/ CORREIO) As peças expostas não passaram despercebidas pela estudante de publicidade Maiara Gomes, 22 anos. “São únicas e a originalidade chama muita atenção. São roupas que foram realmente feitas à mão, e não vemos isso em muitas vitrines. Foi o que me fez parar para apreciar a riqueza da moda”, afirmou.

Considerado uma tradição para o segmento da moda, o VFNO ocorre há 10 anos apenas em shoppings e, pela primeira vez, pousou na capital baiana, marcando o retorno do evento após a pandemia. Quem passou pelo centro comercial pôde apreciar, além da exposição, desfiles, workshops e um show musical.

O estudante de jornalismo e modelo fotográfico, Tiago Marshall, 22 anos, chegou cedo para aproveitar. “Fiquei muito surpreso de ver essa cultura dentro de um shopping. Quando a gente pensa em um evento de moda de uma revista grande como a Vogue, só vem Rio e São Paulo na cabeça. Ter isso em Salvador é surreal. Tinha muita gente tentando ver o desfile e acredito que, assim como eu, elas estavam muito realizadas”, contou Thiago.

O desfile ao qual ele se referiu foi a quarta atração do dia. Com o tema “O fim do home-office: do escritório ao happy hour”, as modelos apresentavam ao público roupas e acessórios confortáveis e versáteis, que não abriram mão do estilo. A primeira composição trouxe como destaque um salto baixo com tramas em referência ao trabalho artesanal de trançar cipós para confecção de bolsas e cestos, considerado uma tradição no município baiano de Cachoeira.  Vivian - à esquerda - e Lívia comandaram o desfile comentado (Foto: Marina Silva/ CORREIO) “A escolha de Salvador foi perfeita. Faz mais sentido falar de primavera/verão aqui na Bahia, onde vivemos o verão quase o ano inteiro em algumas partes, até mesmo quando é inverno” afirmou a diretora de moda da Vogue no Brasil, Vivian Sotocorno, que ao lado da stylist - título dado a uma estilista pessoal -, Lívia Cady, comentou sobre a roupa usada por cada modelo durante o desfile.

Além disso, a programação do VFNO 2022 também contou com aula de treinamento funcional, apresentação do DJ Cady, em um palco montado na praça de alimentação, painéis sobre saúde e emagrecimento, cuidados com a pele e consultoria de moda, além de um segundo desfile comentado. O encerramento foi comandado pelo show da banda Cheiro de Amor. *Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo