Pelo menos 78 famílias de refugiados vivem em Lauro de Freitas

Ao todo são mais de 300 pessoas, em sua maioria, de países como Venezuela e Peru

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  • Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2022 às 08:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Danilo Magalhães/Divulgação

Pelo menos 78 famílias de refugiados vivem em Lauro de Freitas, município da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Ao todo são mais de 300 pessoas, em sua maioria, de países como Venezuela e Peru, que foram em busca de oferta de trabalho e qualidade de vida no município. Os dados constam no Mapeamento de Pessoas Refugiadas e Migrantes realizado  pela Secretaria de Políticas Afirmativas e Direitos Humanos (SEPADHIR), que detalham as características e traçam o perfil de quem vem de longe com a expectativa de ser acolhido.

O Mapeamento foi realizado no segundo semestre de 2021 e de acordo com a secretária da SEPADHIR, Deize Marize, uma escola da rede municipal na região de Areia Branca foi utilizada como base para receber as famílias que participaram dos cadastros voluntariamente. “A partir do conhecimento da realidade dessas famílias é possível desenvolver políticas públicas mais efetivas como, por exemplo, o recém inaugurado Centro de Referência e Apoio aos Imigrantes (CRAI) que disponibiliza atendimento social, jurídico e psicológico a estas pessoas”, disse. 

O documento aponta que Areia Branca, Jambeiro e Capelão são os bairros mais procurados pelos migrantes e refugiados para residir. Cerca de 80% chegaram a Lauro de Freitas por meio da Estratégia de Interiorização do Governo Federal ou com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e ainda através do setor privado. O mapeamento aponta que 99% são de nacionalidade venezuelana e apenas 1% peruana. Entre as principais habilidades profissionais exercidas por eles, estão: trabalhadores do comércio, professores, trabalhadores do campo e prestadores de serviço. 

Utilizando a metodologia COBOL – estratégia de triagem técnica para entrevistas - a realização do Mapeamento de Pessoas Refugiadas e Migrantes contou com a participação da SEPADHIR, Universidade Salvador, Serviço Jesuíta a Migrante e Refugiados, Serviço Pastoral do Migrante de Salvador e Agência da ONU para Refugiados no Brasil.

Durante a apresentação do Mapeamento de Pessoas Refugiadas e Migrantes, a associada de soluções duradouras da ONU, Camila Sombra, informou que pelas boas práticas na acolhida aos refugiados e migrantes, Lauro de Freitas foi reconhecida pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) como uma “Cidade  Solidária”. “A iniciativa é uma ação global do ACNUR que destaca os esforços feitos por municípios para a implementação de políticas públicas que promovam a acolhida, o acesso a direitos e mecanismos de integração de pessoas refugiadas, solicitantes da condição de refugiados e migrantes. Lauro de Freitas se destaca com este mapeamento e agora com o CRAI”, afirmou.

O Centro de Referência e Apoio aos Imigrantes (CRAI) de Lauro de Freitas foi inaugurado no último dia 23 de maio e disponibiliza atendimento social, jurídico, psicológico, além de outros encaminhamentos de políticas públicas. O equipamento foi implantado no bairro do Jambeiro.