Pelo segundo dia seguido, Sarkozy depõe sob custódia na França

Ex-presidente francês é suspeito de ter recebido dinheiro do ex-líder da Líbia, na campanha eleitoral de 2007

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  • Da Redação

Publicado em 21 de março de 2018 às 07:54

- Atualizado há um ano

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O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, depõe sob custódia hoje (21) pelo segundo dia consecutivo, pela suspeita de ter recebido dinheiro do ex-líder da Líbia, Muammar Gaddafi, na campanha eleitoral de 2007, um procedimento que pode levar à sua acusação.

Os veículos de imprensa que estão em frente à Polícia Judicial de Nanterre afirmaram que Sarkozy, que voltou ontem à noite para sua casa, chegou ao local antes das 8h (hora local, 4h de Brasília) para iniciar uma nova sessão de interrogatórios.

A polícia, que o convocou ontem pela primeira vez no início da manhã, tem até um máximo de 48 horas para fazer o interrogatório antes de decidir se deve apresentá-lo ao juiz para uma eventual acusação, se deixa o ex-presidente francês em liberdade ou o convoca novamente.

É a primeira vez que o chefe do Estado entre 2007 e 2012 comparece neste sumário aberto em abril de 2013 sobre a base de documentos provenientes do regime de Gaddafi, cuja queda, em 2011, a França participou ativamente com uma intervenção militar.

Também prestou depoimento ontem, mas com um estatuto livre, o ex-ministro do Interior e antigo braço direito de Sarkozy, Brice Hortefeux, que deixou uma mensagem em sua conta no Twitter em que ele considera que "os detalhes apresentados devem permitir encerrar uma sucessão de erros e mentiras".

Tática é negar envolvimento

Uma posição que está em concordância com a do ex-presidente até agora: negar todo envolvimento e desacreditar aqueles que o acusam, em particular, o traficante de armas e intermediário Ziad Takieddine, que, em 2016, reconheceu ter levado pessoalmente 5 milhões de euros entre o final de 2006 e início de 2007 para a caixa de campanha de Sarkozy.

A razão de uma convocação agora, quatro anos depois da abertura da investigação judicial e 11 anos após os acontecimentos, tem a ver com os elementos compilados por investigadores, em particular, os depoimentos de ex-dignitários líbios.

Segundo o jornal Le Parisien, alguns desses testemunhos não foram incorporados ao sumário, de modo que são conhecidos apenas por policiais e juízes.